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Mercado "inundado de petróleo" impede subida dos preços, diz AIE
A Agência Internacional de Energia considera que o excesso de oferta, no primeiro semestre, será ainda maior do que se previa. Preços vão continuar a cair.
O mercado está "inundado de petróleo" e, enquanto assim for, os preços da matéria-prima não deverão conseguir recuperar. A perspectiva é da Agência Internacional de Energia (AIE) que estima que o excesso de oferta, no primeiro semestre, seja ainda mais elevado do que se previa. A razão? O aumento da produção de países como o Irão e o Iraque.
"Com o mercado já inundado em petróleo, é muito difícil ver como os preços do petróleo podem subir significativamente no curto prazo", refere o relatório mensal da AIE, citado pela Bloomberg. E, "nestas condições, o risco para a queda no curto prazo aumentou", acrescenta o mesmo comunicado.
A suportar esta perspectiva estão as novas estimativas da AIE. A agência prevê que a oferta supere o consumo em 1,75 milhões de barris diários, em média, neste período. No mês passado, as previsões apontavam para um excesso de 1,5 milhões de barris por dia. As novas estimativas devem-se ao aumento da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
A produção do cartel aumentou em 280 mil barris por dia, no último mês, para 32,63 milhões de barris, segundo a AIE. Trata-se de quase mais 900 mil barris por dia do que estava definido para este ano. Além disso, o Irão aumentou a produção, em Janeiro, depois do levantamento das sanções internacionais ao país e a produção do Iraque atingiu um recorde.
Ao mesmo tempo, a procura deverá continuar baixa face a este excesso de oferta. A AIE reviu em baixa as previsões para a procura, a nível mundial, no ano passado e em 2016, em cerca de 100 mil barris por dia. Com a perspectiva de abrandamento da China, Europa e EUA, a procura deverá aumentar em 1,2 milhões de barris por dia, este ano, abaixo do crescimento de 1,6 milhões de barris, atingido em 2015.
Perante estas perspectivas, os preços do petróleo regressaram às quedas, esta terça-feira, prolongando a tendência recente. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) caiu 3% para 28,79 dólares por barril. Já o Brent, negociado em Londres, e que serve de referência às importações portuguesas, afundou 5,14% para 31,19 dólares.