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BP vê preços do petróleo de regresso aos 100 dólares

A petrolífera BP está optimista para as cotações do petróleo. A companhia antecipa uma recuperação das cotações já na segunda metade do ano e vê os preços a negociarem novamente nos 100 dólares nos próximos anos.

Bloomberg
10 de Fevereiro de 2016 às 16:50
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Os preços do petróleo têm estado a testar novos mínimos de 12 anos em 2016. Apesar de terem recuperado parte das fortes quedas registadas no ano, as cotações continuam bastante deprimidas. Mas isto pode estar prestes a mudar. O presidente da BP antecipa que os preços acelerem até aos 100 dólares por barril.


Os combustíveis fósseis vão continuar a ser a principal fonte de energia global nas próximas décadas. A expectativa é da BP, que prevê que estes combustíveis representem 80% do fornecimento de energia em 2035. As previsões da petrolífera britânica, divulgadas no seu "outlook" para a energia e citadas pelo The Guardian, antecipam ainda uma valorização das cotações, afastando-se da fasquia actual em torno de 30 dólares.


"No meio da crise nos preços do petróleo e do gás é importante não apenas adaptar-nos às condições difíceis actuais, mas também preparar-nos para a próxima série de mudanças", argumenta o líder da BP, Bob Dudley.


O CEO da BP adiantou na conferência do petróleo que decorre esta quarta-feira, 10 de Fevereiro, em Londres, que o ciclo dos preços do petróleo a 100 dólares não terminou e as cotações da matéria-prima deverão recuperar na segunda metade do ano. Mas não diz em que altura é que os 100 dólares poderão voltar a ser uma realidade. 


O economista-chefe da BP, Spencer Dale, admite que os preços do petróleo negoceiem algures entre 30 e 100 dólares por barril, sendo que este limite máximo não será um "local de descanso", mas as cotações vão ocasionalmente visitar novamente a barreira dos 100 dólares.


A petrolífera considera assim que as companhias do sector do gás e do petróleo devem continuar a explorar novas reservas de crude, de modo a responderem ao aumento da procura de energia nos países desenvolvidos e ao crescimento da população mundial.


Maior produção fora da OPEP


Num momento em que as cotações estão a ser fortemente pressionadas pelo excesso de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que procura manter a sua quota de mercado, a BP estima um crescimento da produção fora do cartel nas próximas décadas.


A BP estima que a produção de petróleo de xisto vai aumentar de quatro milhões de barris para oito milhões em 2030 e que o gás de xisto dos EUA pode fornecer perto de 20% da oferta mundial dentro de duas décadas.


Além do aumento da produção de petróleo obtido a partir do xisto betuminoso, a petrolífera acredita que a produção fora da OPEP vai aumentar nos campos de petróleo no Brasil e nas areias betuminosas no Canadá, apesar dos elevados custos de exploração.

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