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Matérias-primas disparam com conflito na Ucrânia

As “commodities” estão a ganhar terreno, com o índice de referência S&P GSCI a situar-se no nível mais alto de quase seis meses. Petróleo, ouro, trigo e milho entre as vedetas da sessão.

Bloomberg
03 de Março de 2014 às 17:20
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As tensões geopolíticas decorrentes do conflito na Ucrânia e da ameaça russa de intervir contra as tropas estacionadas na Crimeia estão a impulsionar as matérias-primas, num dia em que os mercados accionistas globais perdem terreno, uma vez que os investidores procuram valores-refúgio para se protegerem, como o ouro.

 

Os receios de que o fornecimento de energia e de produtos agrícolas possa sofrer perturbações estão a sustentar as “commodities” desses sectores, bem como o ouro, que é o típico refúgio dos investidores em situações de incerteza.

 

O índice Standard & Poor's GSCI, composto por 24 matérias-primas, segue a subir 2,1%, para 663,48 pontos, o nível mais alto desde 9 de Setembro.

 

Na energia, o Brent do Mar do Norte, que serve de referência às importações portuguesas, avança 2,14% no mercado londrino, para 111,40 dólares por barril, ao passo que o West Texas Intermediate, “benchmark” dos EUA negociado no mercado nova-iorquino, valoriza 2,02% para 104,66 dólares.

 

Os futuros do gás registam um acréscimo de 2,8% no mercado de Nova Iorque, numa altura em que a Ucrânia mobilizou reservas do exército e em que cresce a especulação de que uma tempestade de Inverno que se dirige da região do Midwest dos EUA para nordeste irá aumentar a procura de combustível para aquecimento.

 

Em Londres, o gás para entrega em Abril avança 7,8% para 60,55 pence por unidade térmica britânica, o maior ganho desde 31 de Outubro de 2011.

 

Nos metais preciosos, o ouro está uma vez mais em destaque e a ganhar terreno com este clima de instabilidade. O metal amarelo sobe 1,8% para 1.350,29 dólares por onça em Londres – o valor mais alto desde 30 de Outubro passado.

 

No que diz respeito às “commodities” agrícolas, o trigo segue a somar 4,7% em Chicago, para o nível mais alto desde Dezembro. Já o milho avança 4,2% para 4,8275 dólares por alqueire, naquele que é o preço mais alto desde Setembro do ano passado.

 

A Ucrânia deverá exportar 9,5 milhões de toneladas de trigo na actual campanha agrícola, contra 7,1 milhões na campanha de 2012-2013, segundo o Conselho Internacional dos Cereais (IGC – International Grain Council).

 

Segundo os mesmos dados, citados pela Bloomberg, em 2012-2013 a Ucrânia foi o quarto maior exportador de milho, podendo suplantar a Argentina este ano. Até Junho o IGC estima que a Ucrânia possa exportar 18,3 milhões de toneladas de milho, contra 13,6 no mesmo período de 2013.

 

Os receios que agora sobressaem é de que todos estes produtos possam sofrer perturbações de fornecimento. “Se a situação não melhorar, poderá provocar um tumulto económico mais vasto, reflectido em preços mais altos do petróleo e do gás, sanções comerciais e novas tensões a nível global, que poderão pôr em risco a frágil retoma económica mundial”, sublinhou hoje numa nota de “research” um analista da INTL FCStone, Edward Meir, citado pela Bloomberg.

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