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Tensões entre a Rússia e Ucrânia penalizam Wall Street
Os principais índices bolsistas do outro lado do Atlântico encerraram em queda, com o S&P 500 a registar a maior descida do último mês.
As praças norte-americanas estiveram assim a acompanhar o movimento geral de venda de acções um pouco por todo o mundo, numa altura em que a ameaça da Rússia contra as tropas ucranianas estacionadas na Crimeia está a fazer com que os investidores procurem os típicos valores-refúgio, como o ouro.
O índice industrial Dow Jones fechou a ceder 0,95%, fixando-se nos 16.167,46 pontos, e o tecnológico Nasdaq recuou 0,72%, a negociar nos 4.277,30 pontos.
O Standard & Poor’s 500, por seu lado, perdeu 0,7% para se estabelecer nos 1.845,69 pontos. Desde 3 de Fevereiro que não recuava tanto numa sessão. Na passada sexta-feira [a última sessão do mês de Fevereiro] tinha marcado um novo máximo histórico, nos 1.867,92 pontos, e em Fevereiro subiu 4,3% - o maior ganho mensal desde Outubro passado.
A Yandex, motor de busca “online”, cotada nos Estados Unidos e a operar na Rússia, afundou em torno de 14% devido às tensões geopolíticas. Sublinhe-se que a quota de mercado da Yandez na Rússia é o dobro da quota da Google.
“Nunca sabemos o que pode acontecer com a Rússia e isso deixa as pessoas nervosas”, comentou à Bloomberg um gestor de activos da Mitsubishi UFH Asset Management, Michael Morris.
“Eles têm um presidente que está a tentar expandir os poderes políticos globais da Rússia, mas o país poderá não ter capacidade para essa luta. É muito cedo para se saber qual será o resultado, mas não me surpreende nada ver todos os mercados accionistas em baixa”, acrescentou o gestor.
Já Frederic Dickson, estratega da D.A. Davidson & Co, sublinhou que é normal que os mercados accionistas iniciem um movimento de vendas quando há notícias de crise geopolítica, como a que se está a observar na Ucrânia. Até que ponto é que as coisas podem deteriorar-se? “Isso depende da eficácia da diplomacia”, respondeu.
Em baixa estiveram também a General Electric e a 3M, que resvalaram mais de 1,4%, liderando as descidas entre os títulos do sector industrial.
O sector financeiro esteve também, em grande medida, no vermelho, com destaque para títulos como os da Visa e American Express, que caíram mais de 1,5%.