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Há vida além de Powell? Ouro ultrapassa fasquia dos 2.100 dólares e bate novo recorde

A tentativa do presidente da Fed de acalmar o otimismo de mercado não surtiu efeito. A especulação relativa ao corte de juros diretores no próximo ano está em alta no mercado de derivados.

Reuters
04 de Dezembro de 2023 às 08:12
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O ouro bateu um novo recorde esta segunda-feira, tendo ultrapassado os 2.100 dólares, para se cotar em 2.135,39 dólares por onça.

Afinal, a tentativa do presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana em acalmar o otimismo de mercado, que tem vindo a reforçar a expectativa de cortes dos juros diretores no próximo ano, não surtiu efeito.

"Seria prematuro concluir com confiança que chegámos a um posicionamento suficientemente retritivo, ou especular sobre quando é que a política monetária poderá voltar a aliviar", declarou Powell. "Estamos preparados para um maior endurecimento se isso se revelar adequado", sublinhou. Mas os investidores não fizeram caso.

Por outro lado, Powell  sinalizou que os responsáveis da Fed esperam deixar inalteradas as taxas de juro na sua reunião agendada para 12 e 13 de dezembro, ficando assim com mais tempo para avaliar o estado da economia depois de o banco central ter elevado os juros diretores agressivamente – ao passarem de um intervalo entre 0% e 0,25% em março de 2022 para mais de 5% em julho deste ano.

No mercado de "swaps", ou seja contratos de derivados sobre taxas de juro, os investidores apontam para uma probabilidade de 50% de cortes na taxa dos fundos federais em março e assumem uma probabilidade de praticamente 100% de que tal aconteça em maio.

"Depois do seu discurso [de Powell], os investidores ficaram mais convencidos de que estamos atualmente no pico das taxas de juro dos EUA e, consequentemente, é mais provável que o caminho a seguir, a partir daqui, seja mais a descer do que a subir" , considera Tim Waterer, analista-chefe de mercado da KCM Trade.

O sentimento de mercado pode ser ainda sustentado pela divulgação do índice de preços com despesas pessoais nos EUA, (PCE), visto como o indicador favorito da Fed para medir a inflação.

O PCE ficou inalterado em outubro em termos mensais e aliviou para uma subida de 3% em termos homólogos.

Entretanto, o metal amarelo "aliviou", estando a avançar ligeiramente (0,09%) para  2.074,09 dólares por onça.

Para Kelvin Wong, analista sénior da Oanda Asia Pacific, este movimento pode estar "a ser motivado por ordens de ‘stop loss’", ou seja, ordens que servem como uma espécie de tecto, e que, por isso, funcionam como um mecanismo para impedir a desvalorização de um ativo, antes que o preço caia ou ceda ainda mais que o esperado.

A última vez que o ouro alcançou máximos históricos foi durante a pandemia, em agosto de 2020, quando tocou na fasquia dos 2.075 dólares por onça. 

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