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Era do petróleo barato está perto do fim?

A expectativa de um maior reequilíbrio entre a oferta e a procura tem suportado uma recuperação das cotações da matéria-prima para valores de 2015. E há quem defenda que o período de preços baratos terminou.

Reuters
28 de Setembro de 2017 às 07:00
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Os sinais de recuperação da procura e extensão dos cortes de produção por parte dos maiores produtores de petróleo do mundo tem suportado uma valorização dos preços do "ouro negro" para níveis de 2015. E a subida dos preços poderá estar só a começar. A Trafigura acredita que o ciclo de cotações do petróleo baixas terminou.

"Baixos por um longo período". Era esta a expectativa de vários bancos de investimento para o petróleo. Mas, para Ben Luckock, co-líder da Trafigura, e um dos corretores mais activos no mercado de matérias-primas, o ciclo de preços baixos – estimado num intervalo entre 40 e 60 dólares por barril – terminou. A matéria-prima atingiu esta semana máximos de dois anos, nos 59,49 dólares por barril, no mercado londrino.

Apesar das cotações do Brent terem baixado na última sessão para 57,64 dólares, o saldo anual já é positivo, com os preços a valorizarem 1,4%.

"Estamos a aproximar-se do final do ‘mais baixo por um longo período’", defendeu o corretor, citado pelo Financial Times, numa apresentação esta semana. Os comentários deste especialista surgem depois de sinais de retoma da procura e da Agência Internacional da Energia (AIE) e da OPEP terem melhorado as suas estimativas para o consumo de energia nos próximos meses.

Além da melhoria das perspectivas para a procura, os membros do cartel admitiram que poderão estender além de Março de 2018 os cortes de produção, na reunião de Novembro, dando um suporte adicional para o reequilíbrio entre a oferta e a procura, num momento em que a produção nos EUA continua a aumentar.

A contribuir para a subida acentuada nas últimas sessões esteve a ameaça da Turquia em bloquear um oleoduto que transporta petróleo da região do Curdistão para um porto turco, numa forma de colocar pressão sobre os curdos iraquianos que avançaram para um referendo sobre a independência.

Bagdad também não reconhece essa votação e pediu à comunidade internacional que deixe de importar petróleo da região autónoma do Curdistão. "Caso o boicote seja bem-sucedido, pode haver menos 500 mil barris por dia a atingir o mercado", estima o Commerzbank.

Para Ben Luckock, o mercado petrolífero poderá mesmo enfrentar uma crise, devido à procura ultrapassar a oferta em dois a quatro milhões de barris por dia, até ao final de 2019, em consequência do corte de investimento das petrolíferas na nova produção, na ordem do bilião de dólares. Estas perspectivas optimistas não são, contudo, generalizadas. Há ainda vários especialistas que não vêem as cotações a ultrapassar os 60 dólares.
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