Notícia
Café em máximos de 20 meses com queda das exportações brasileiras
Os preços do café de tipo arábica dispararam para o valor mais alto desde Fevereiro de 2015, depois de o Brasil rever em baixa as suas estimativas para a exportação desta matéria-prima agrícola em 2016.
O Brasil reviu em baixa as suas projecções para a exportação de café em 2016, sobretudo devido ao elevado consumo interno e também devido aos efeitos da seca. Actualmente, o director da cooperativa Cooxupe, Lucio Dias, estima que as vendas de café para o exterior totalizem quatro milhões de sacas este ano, quando em Abril se projectavam 4,5 milhões de sacas, refere a Bloomberg. Cada saca exportada pelo Brasil contém 60 quilos.
O café, recorde-se, apresenta-se sob duas grandes variedades - robusta e arábica –, sendo que a primeira é negociada em Londres e a segunda é a referência do mercado nova-iorquino. Portugal importa ambas as qualidades.
O café tipo arábica, com um grão tido como "premium" e que é usado por marcas como a Starbucks, é o que mais tem sido castigado pelo aumento das temperaturas e pela consequente seca que tem afectado as colheitas. Já o robusta – que é mais resiliente e robusto, como o nome indica – tem resistido melhor.
O Brasil é o maior produtor de arábica e o Vietname é o maior produtor de robusta – e as projecções apontam para que no Vietname a produção da actual campanha agrícola diminua em 20%.
Com esta notícia, o café do tipo arábica para entrega em Dezembro disparou 2,9% esta quinta-feira para 1,623 dólares por libra-peso nos futuros de Nova Iorque, a caminho do quinto mês seguido de ganhos – o que, a acontecer, será a mais longa série de subidas desde 2005.
Em Londres, o contrato de Janeiro do café da variedade robusta também valorizou hoje, para 2.175 dólares por tonelada, o valor mais alto desde Outubro de 2014.