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Bruxelas troca fornecedor de gás russo pelo "tio Sam". Acordo é assinado esta semana

EUA e UE assinam esta sexta-feira um acordo para que a Europa passe a ser abastecida de gás norte-americano, numa altura em que os rumores de sanções à energia russa são cada vez mais evidentes.

Ursula von der Leyen, Joe Biden e Charles Michel na chegada ao edifício Europa, em Bruxelas.
Kevin Lamarque/Reuters
24 de Março de 2022 às 13:42
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Bruxelas e Washington estão próximos de alcançar um acordo definitivo que visa reduzir a dependência de energia russa, uma medida importante para isolar Moscovo sem desequilibrar o abastecimento de  gás da Europa.

 

O anúncio foi feito pelo próprio conselheiro para a segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, que avançou que o acordo será anunciado formalmente esta sexta-feira. O objetivo é garantir o fornecimento de gás natural e hidrogénio dos EUA para o bloco europeu.

 

"A prioridade número um do Presidente [Joe Biden] e dos aliados é reduzir a dependência energética da Europa face à Rússia. Este é um assunto do qual se tem falado muito nos últimos dias e semanas e vamos ter mais a dizer sobre ele esta sexta-feira", revelou Sullivan, citado pela imprensa norte-americana.

 

"O que se pode esperar é que os EUA procurem maneiras de abastecer a Europa de GNL (gás natural liquefeito) ao longo dos meses e ao longo dos anos", acrescentou o conselheiro do presidente norte-americano.

 

Esta notícia surge na mesma altura em que arrancam em Bruxelas duas reuniões importantes para o quadro geopolítico atual: o encontro de dois dias do Conselho Europeu, que debaterá a questão energética, e a reunião da NATO que decorre durante o dia de hoje.

 

Do lado de lá do Atlântico, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, já se reuniu com as gigantes norte-americanas do setor energético, como a Exxon Mobil, e até com bancos como o JPMorgan, para debater este assunto.

Segundo uma fonte conhecedora da reunião, contactada pela Bloomberg, o CEO do gigante de Wall Street, Jamie Dimon chegou mesmo a sugerir a criação de um novo Plano Marshall que aumente a produção de gás natural e reduza o tempo de construção de fontes de energias renováveis nos EUA.

 

Na quarta-feira, através de uma publicação no Twitter, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, já tinha revelado que iria discutir com Joe Biden este assunto e que a prioridade era assegurar o abastecimento energético da Europa "nos próximos dois invernos".

 

Para já ainda não há mais detalhes deste acordo que tenham sido tornados públicos, no entanto, uma fonte próxima do processo explicou à Bloomberg que é pouco provável que os EUA consigam assegurar quantidades específicas de gás, nem está claro ainda como será acordado o preço destas vendas.

 

Sanções à energia russa?

 

Neste momento surgem rumores de que o xadrez entre Europa e EUA tem um objetivo claro: mais do que reagir à crise energética atual, prevenir o seu agravamento já que algumas fontes tanto de Bruxelas como da Casa Branca já garantiram à Bloomberg que os dois blocos pretendem avançar com sanções contra o setor energético russo, uma medida que afetaria profundamente a economia da UE, cuja 40% das importações de gás natural advém da Rússia.

 

Esta quarta-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz lembrou que um corte total das importações russas "iria afundar a Europa numa recessão".

Também esta quarta-feira, Bruxelas adotou uma proposta de regulamento que exigiria que os Estados membros garantissem que o armazenamento de gás fique a 80% antes do próximo inverno e a 90% nos anos seguintes, A Comissão apelou ainda a que fossem realizadas compras conjuntas de gás.

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