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Yahoo! Um gigante da Internet à deriva

Incapaz de aumentar as receitas num mercado que cresce 20% ao ano, o futuro da Yahoo! é incerto

Yahoo! Um gigante da Internet à deriva
08 de Novembro de 2011 às 08:50
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Tim Morse | CEO interino diz que "revisão estratégica levará algum tempo".



A Yahoo! não vive dias fáceis. Ainda à procura de um novo CEO, depois de Carol Bartz ter sido despedida por telefone, o outrora "gigante" da Internet continua a ser incapaz de voltar a aumentar as receitas num mercado que cresce 20% ao ano. Perdendo quota a cada dia, a Yahoo! está num processo de reflexão interior e de "revisão estratégica", que passa também por tentar vender uma parte do capital a outra empresa.


Os últimos resultados trimestrais divulgados pela empresa (ver grelha ao lado) não deixam dúvidas sobre a posição frágil da Yahoo! no mercado das tecnologias "web" e da publicidade "online". Quebras de 24% nas receitas e de 26% dos lucros reflectem a forma como a empresa se está a vergar à concorrência da Google, do Facebook e da Microsoft, nas operações de motores de busca, e-mail e publicidade digital. No mesmo período comparativo, as receitas da Google dispararam 33%, em parte graças à conquista de mercado à Yahoo!.

As origens do período de desnorte que a empresa vive remontam a meado da última década, ainda antes de a Microsoft lançar (em Fevereiro de 2008) uma oferta de aquisição hostil pela Yahoo!, no valor de 44,6 mil milhões de dólares. A proposta foi rejeitada por "subestimar substancialmente" o valor da empresa. A capitalização de mercado da Yahoo! ronda hoje os 19,5 mil milhões.





As dificuldades sentidas pela Yahoo! agravaram-se entre 2007 e 2009, período em que a Google cimentou o seu domínio dos principais mercados. Depois de várias tentativas de reestruturação e despedimentos colectivos, o CEO e co-fundador Jerry Yang – o rosto da recusa da oferta da Microsoft – foi substituído no cargo por Carol Bartz, que liderava a Autodesk, uma empresa ligada à programação 3D na área da arquitectura e engenharia. Yahoo! e Microsoft assinaram entretanto uma parceria nas operações de motores de busca.

Os resultados da Yahoo! no terceiro trimestre mostram também que a empresa está a ter de reduzir os custos com pesquisa e desenvolvimento (279 milhões para 255 milhões de euros), um investimento essencial para que a empresa possa criar novos produtos e ofertas que ajudem a inverter a tendência descendente da posição nos diferentes mercados.

Mas o CEO interino, Tim Morse, que substituiu Carol Bartz depois de esta ter sido abruptamente despedida em Setembro, mostrou-se "muito satisfeito" pela evolução dos resultados e "entusiasmado quanto às nossas perspectivas". Questionado sobre a "revisão estratégica" anunciada pela empresa, Morse disse que "isso levará algum tempo". Enquanto procura um novo CEO, a empresa está também a procurar um parceiro, que a maioria dos analistas acredita poder vir a ser um "private-equity" asiático.






























Os analistas que seguem a Yahoo! parecem dar o benefício da dúvida à empresa, apesar das contrariedades. Entre os 29 analistas consultados pela Bloomberg, 11 recomendam "comprar" e 18 "manter". Nenhum manda "vender". O preço-alvo médio implica um potencial de valorização de cerca de 20%.


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