Notícia
Próxima década - Os grandes temas de investimento
Os três fenómenos sociais e económicos que irão marcar a agenda dos investidores nos próximos dez anos, na visão da Schroders.
20 de Novembro de 2008 às 15:08
Demografia | Estima-se que, até 2050, a população mundial chegue aos nove mil milhões de habitantes, o que representa mais três mil milhões de pessoas em 40 anos. Mas mais relevante é o facto de a maioria do crescimento (98%) vir a ocorrer nas economias emergentes, segundo a gestora inglesa Schroders. Uma dinâmica demográfica futura que cria todo um novo quadro social e oferece oportunidades de investimento. Virginie Maisonneuve, directora da área de mercados de acções globais, prevê que o nível de urbanização mundial suba mais de 50% nos próximos 25 anos, face à expectativa de que 60% da população venha a concentrar-se em cidades. Por isso, acredita que os sectores de infra-estruturas e construção serão um dos 'vencedores' num cenário de maior necessidade de urbanização, transportes e saneamento. | Sectores a beneficiar Infra-estruturas; Construção; Cuidados de saúde; Farmacêutico. |
Clima | As alterações climáticas já se instalaram no mundo dos investimentos. Quem o diz é a directora da área de mercados de acções globais da Schroders, Virginie Maisonneuve, para quem a 'previsível revolução ambiental' dá margem de crescimento a um leque diversificado de indústrias. A começar logo pela mais evidente: energias 'limpas'. Embora reconhecendo que a procura de alternativas às fontes esgotáveis de energia tem tido poucos resultados, a responsável não tem dúvidas que é nesse tipo de indústrias que reside o futuro. Realça que os governos vão estar mais pressionados a reduzir as emissões de carbono e as despesas com petróleo, pelo que 'o potencial de expansão das empresas de energia eólica, hidroeléctrica e até nuclear é alto'. Maisonneuve vira-se ainda para as fabricantes de transportes sustentáveis. 'Os carros eléctricos vão revolucionar a indústria automóvel', alerta outro gestor da Schroders, Simon Weber, que recorda que não é por acaso que Warren Buffet, lendário investidor americano e o homem mais rico do mundo, acaba de comprar 10% da fabricante chinesa BYD. As mudanças climáticas vão ainda provocar um subida dos preços dos alimentos, com efeitos positivos nas contas das empresas do sector agrícola. | Sectores a beneficiar Energias 'verdes'; Transportes sustentáveis; Água; Agricultura. |
'Chíndia' | A Schroders não tem dúvidas: 'Os próximos dez anos serão a era do super-ciclo dos emergentes. Mas nem de todos.' A década será, a sua óptica, o apogeu da China e da Índia, o que leva a gestora a usar o conceito de 'Chíndia' ao abordar as oportunidades de investimento que irão marcar os próximos dez anos. Virginie Maisonneuve recorda que os dois países irão representar, até 2020, cerca de 17% do crescimento da riqueza mundial, representando ainda mais de 20% das reservas mundiais de moeda. A nível demográfico, metade da sua população terá menos de 25 anos e a sua força laboral contará com mais 256 milhões de pessoas que actualmente. Mudanças demográficas que representam milhões de novos clientes para os bancos e seguradoras, e o mesmo para as empresas das áreas de consumo, sobretudo, o alimentar, de vestuário e de tecnologia e audiovisual (computadores, CD, DVD, etc). A 'Chíndia' é igualmente um mercado de forte crescimento para as operadoras de telecomunicações. Já representa um terço dos subscritores de serviços móveis e mais de quatro vezes o número de utilizadores de Internet dos Estados Unidos. Valores que deverão continuar a aumentar, perante a expectativa de forte crescimento da população. | Sectores a beneficiar Finanças; Consumo; Tecnologia; Telecomunicações. |