Notícia
Investir com baixo risco
Há mais de 70 anos que o mundo não viva uma crise tão grave como a actual. Tem toda a razão em estar preocupado. Ainda assim, a crise não é desculpa para ter todo o dinheiro congelado numa conta à ordem ou, até, ser radical e trancar as poupanças num cofre. Ou guardá-las mesmo debaixo do colchão. Há soluções no mercado para pôr a render o seu "pé-de-meia", sem correr riscos demasiado altos. Conheça os melhores depósitos a prazo e os fundos de tesouraria mais rentáveis do mercado, e compare-os com os certificados de aforro.
06 de Novembro de 2008 às 13:21
Há soluções no mercado para pôr a render o seu "pé-de-meia", sem correr riscos demasiado altos. Conheça os melhores depósitos a prazo e os fundos de tesouraria mais rentáveis do mercado, e compare-os com os certificados de aforro.
O mundo vive a maior crise financeira desde a Grande Depressão da década de 30. É inquietante ser confrontado com a falência de grandes bancos internacionais e saber que também os nacionais começam a atravessar dificuldades. Ainda mais perturbadora é a imagem de poder perder, num espaço curto de tempo, grande parte do dinheiro que há muito tem aplicado nos mercados e que foi sempre valorizando, após mais de cinco anos de euforia nas bolsas. Tem todas as razões para preocupar-se.
Nem todas as pessoas podem dar-se ao luxo de perder centenas de euros, ou até milhares, assim de um momento para o outro. Mas daí a preferir juntar as suas poupanças numa conta à ordem só pela sensação de segurança ou ser radical ao ponto de colocar todo o seu dinheiro num cofre ou até debaixo do colchão, há uma longa distância. Nesta situação, o risco é outro: a inflação tira valor às suas poupanças.
Porque a conjuntura actual é adversa, uma alternativa a ter em conta será a de não abdicar de ter uma poupança, mas sem correr demasiados riscos. O Negócios analisou várias alternativas de poupança de baixo risco – depósitos a prazo, fundos de tesouraria e certificados de aforro - que lhe oferecem todas as garantias de liquidez, podendo assim retirar o seu dinheiro a qualquer momento, sempre que precisar.
Partindo do cenário de uma poupança de 5.000 euros, aplicada no período de um ano, verifica-se que existem soluções financeiras interessantes para quem privilegia a segurança, mas continua a querer fazer render o seu dinheiro. No geral, a alternativa mais atractiva entre os produtos de menor risco está nos depósitos a prazo. É este o efeito da crise, que obrigou os bancos a alterarem estratégias comerciais e a aumentarem as taxas de juro pagas neste tipo de produtos.
Os últimos dados disponíveis no Banco de Portugal remontam a Agosto, mês em que a remuneração média dos depósitos com prazo de um ano se situou em 4,38%. Embora não haja qualquer garantia que este valor venha a repetir-se no futuro, a simulação efectuada mostra que os depósitos poderão proporcionar o retorno mais alto em comparação com os outros produtos de baixo risco, também analisados com base em remunerações passadas. O juro médio de 4,38% dos depósitos a prazo potencia uma mais-valia de 219 euros, colocando a poupança final em 5.219 euros (ver simulação ao lado).
Aplicando o mesmo raciocínio aos certificados de aforro, que perderam grande parte da sua atractividade desde a entrada em vigor das novas regras, em Janeiro, quando baixaram os prémios de permanência (ver página 7), ao fim de um ano o retorno adicional será de 203 euros. Isto tendo em conta o juro pago a partir de Novembro (4,004%). Utilizando a remuneração média em 2008 (3,833%), a mais-valia potencial desce para 194,43 euros. E se, no caso dos depósitos, a perspectiva é a de que os bancos venham a reforçar as taxas praticadas, nos certificados de aforro a expectativa é a oposta. A fragilidade crescente da economia europeia obrigará o Banco Central Europeu a cortar juros, o que pode acontecer já esta semana, com efeitos directos na descida das Euribor. E porque o cálculo do juro dos certificados é indexado à taxa Euribor a três meses, é expectável que estes produtos venham a pagar menos.
Já na comparação entre depósitos e fundos de tesouraria, simular médias peca por insuficiente, tanto por excesso, como por falta. Aqui, a regra é: cada caso é um caso. Nos depósitos, alguns bancos oferecem taxas muito atractivas. É o caso do depósito Banif Fast, o melhor da banca nacional com um juro real de 4,98% (ver pág. 6). Nos fundos de tesouraria, a rendibilidade é muito variável, além de reportar aos últimos 12 meses. Há fundos de tesouraria com retornos atractivos para esta classe tão conservadora, como o fundo da Société Général (SGAM Fund Money Market Euro B Acc) que acumula uma rendibilidade superior à remuneração média dos depósitos a prazo (ver pág. 6). Contudo, o desempenho médio dos fundos de tesouraria no último ano é muito baixo (0,26%), havendo fundos que estão a perder dinheiro. O que prova que, mesmo os produtos de menor risco, também podem falhar. Não será esse o caso dos depósitos e dos certificados, em que o capital inicial é garantido.
Remuneração dos depósitos é mais atractiva
Embora haja produtos muito diferentes, os depósitos a prazo têm, em média, a remuneração mais elevada. Face à taxa média de 4,38%, o investimento de 5.000 euros possibilita uma mais-valia potencial de 219 euros ao fim de um ano. Em termos médios, é mais alta que a dos certificados e dos fundos de tesouraria. Contudo, há fundos com retornos passados mais atractivos.
Fonte: Banco de Portugal, Bancos nacionais, Instituto de Gestão de Crédito Público, Morningstar e Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património.
Banif tem o melhor depósito para aplicações a um ano
Os tradicionais depósitos a prazo provam ser uma boa opção, para quem procura refúgio da crise. Mas, como diz o ditado, "nem tudo o que reluz é ouro". São vários os bancos que publicitam taxas elevadíssimas mas, no fim de contas, os proveitos acabam por ser mínimos. Não se deixe enganar. O Negócios dá-lhe uma ajuda. Fizemos as contas e apresentamos-lhe as melhores opções para aplicações a um ano.
Com a escolha acertada, pode ganhar até 250 euros, isto num investimento de 5.000 euros. É esta a remuneração mais elevada que o Negócios encontrou num universo de 15 instituições financeiras, incluindo na análise, também, os depósitos promocionais, sendo alguns deles exclusivos para novos clientes, ou recursos, e a maioria não renovável.
É no Banif que os aforradores podem conseguir a remuneração mais elevada, de 249 euros, com uma aplicação a doze meses. O banco publicita na sua página da Internet uma taxa anual nominal bruta (TANB) de 6,23%. A taxa líquida baixa para 4,98% o que é, ainda assim, superior às restantes ofertas actualmente disponíveis no mercado.
O "Super Depósito Banif@st", do Banif, está assim no topo do "ranking" realizado pelo Negócios. Com a mesma aplicação no BPN, recorrendo ao "Depósito a Prazo Promocional", a remuneração líquida, no final da aplicação, é de 240 euros, para os mesmos 5.000 euros, sendo que para constituir uma "poupança" nesta instituição necessita apenas de 500 euros.
Dos 15 bancos analisados, além do Banif e do BPN, só mais três instituições garantem uma remuneração superior a 200 euros. São eles o Banco Best, que pertence ao Banco Espírito Santo, o Barclays, e o Banco Popular. Neste último, seleccionámos o "Depósito Ouro", um produto que anuncia uma taxa de 10% no primeiro mês e uma taxa fixa de 4,66% para os restantes meses da aplicação.
No final, a remuneração chega aos 204,20 euros, praticamente o mesmo que o resultado obtido com um outro depósito oferecido por esta instituição, o "NetPrazo" a um ano, cuja remuneração está indexada à Euribor, neste caso a 12 meses. Esta taxa interbancária continua elevada (4,865%), mas dada a recente decisão do Banco Central Europeu de reduzir a taxa directora da Zona Euro, a tendência tem sido de descida.
Entre os bancos "tradicionais", BCP, BPI e BES, o mesmo investimento de 5.000 euros traduz-se num retorno líquido entre os 170 e os 180 euros. Já a Caixa Geral de Depósitos paga apenas 87 euros, fruto da baixa taxa de juro apresentada, de 2,175%. Ligeiramente melhor é a aplicação do Crédito Agrícola que lhe "oferece" um ganho de 110 euros, no mesmo período.
Escolha acertada pode gerar retorno de €250 Simulação para €5.000
Fonte: Informação recolhida nos "sites" das instituições. Cálculos efectuados pelo Negócios
Fundo da SGAM melhor que muitos depósitos
São os únicos produtos, dos três analisados, em que é possível perder dinheiro, ainda que sejam uma solução de baixo risco. Investem em obrigações, depósitos bancários, papel comercial, numerário, entre outros valores mobiliários, mas nem os fundos de tesouraria são imunes às flutuações dos mercados. Veja-se o caso do Parvest Dynamic ABS, gerido pelo BNP Paribas, que se desvaloriza perto de 23% nos últimos 12 meses. Trata-se de um fundo que procura ter um desempenho próximo da taxa Euribor a três meses, mas cujo desempenho é significativamente mais negativo. No entanto, a média dos fundos de tesouraria em Portugal ainda é positiva, embora pouco (0,26%). Daí que, nos fundos, o segredo seja mesmo o de saber escolher.
A melhor solução disponível no mercado nacional é fruto da gestão do Société Générale. Classificado com quatro estrelas pela Morningstar, o SGAM Fund Money Market Euro B Acc tem o retorno mais alto do último ano, ao valorizar-se 4,4%. Uma taxa superior a muitos depósitos a prazo comercializados pela banca nacional. Contudo, por ser um fundo de uma gestora estrangeira, esta rendibilidade é bruta. Mas mesmo descontando sobre as mais--valias 20% em sede de IRS, a simulação mostra que o retorno potencial poderá ser atractivo face aos objectivos propostos. Para um investimento inicial de 5.000 euros, e aplicando o retorno passado, pode-se chegar ao fim de um ano com uma mais-valia de 180 euros. Muito superior à média da classe, que proporcionaria um retorno adicional de apenas 13 euros. Já o melhor fundo de gestão nacional, o Montepio Tesouraria, permitiria uma mais-valia de 127,5 euros.
Mais vantagens nos certificados se ficar mais tempo
A alteração das regras dos certificados de aforro no início do ano retirou atractividade a este produto de eleição dos portugueses, sobretudo nos períodos inferiores a três anos. Daí que, para o objectivo proposto de investimento a um ano, os certificados sejam a solução menos atractiva. Ainda mais quando a expectativa é de descida da taxa Euribor nos próximos meses, que resultará, necessariamente, em juros mais baixos nos certificados.
Tendo por base a taxa de juro para as subscrições efectuadas a partir deste mês (4,004%), o retorno potencial do investimento de 5.000 euros é de 203,2 euros ao fim de um ano. Isto já incluindo o prémio de permanência de 0,25% que é pago a partir do segundo semestre. É precisamente a existência de prémios de permanência que fazem deste produto de dívida pública uma solução mais atractiva a longo prazo. É que o prémio pode chegar aos 5% a partir do quinto ano da poupança. Assim sendo, manter o mesmo investimento durante todo o período de vida de um certificado - dez anos - poderá permitir-lhe obter uma mais-valia de 3.120 euros. O que quer dizer que, passada uma década, poderá ter uma poupança total de 8.120 euros, incluindo todos os prémios de permanência.
A simulação tem por base a remuneração dos certificados de aforro praticada em Novembro que, apesar de uma quebra em relação ao mês anterior, é ainda das mais elevadas desde que a nova série C foi constituída em Janeiro. Se, ao invés, aplicar-se ao investimento de 5.000 euros a taxa média dos juros pagos mensalmente pelos certificados (3,833%), verifica-se que a mais-valia potencial ao fim de 12 meses desce para pouco mais do que 194 euros. Estendendo o período de permanência ao máximo de dez anos, o retorno extra será de 2.984 euros. Este montante corresponde a uma poupança total ligeiramente superior a 7.980 euros. O que demonstra bem que, nos certificados, valerá a pena ficar por mais tempo.
Manter uma poupança de €5.000 num certificado durante dez anos pode render €8.120
A simulação é efectuada tendo por base a taxa de remuneração dos certificados de aforro para Novembro (4,004%) e aplicando os prémios de permanência, que atingem um máximo de 5% a partir do quinto ano da poupança.
O mundo vive a maior crise financeira desde a Grande Depressão da década de 30. É inquietante ser confrontado com a falência de grandes bancos internacionais e saber que também os nacionais começam a atravessar dificuldades. Ainda mais perturbadora é a imagem de poder perder, num espaço curto de tempo, grande parte do dinheiro que há muito tem aplicado nos mercados e que foi sempre valorizando, após mais de cinco anos de euforia nas bolsas. Tem todas as razões para preocupar-se.
Porque a conjuntura actual é adversa, uma alternativa a ter em conta será a de não abdicar de ter uma poupança, mas sem correr demasiados riscos. O Negócios analisou várias alternativas de poupança de baixo risco – depósitos a prazo, fundos de tesouraria e certificados de aforro - que lhe oferecem todas as garantias de liquidez, podendo assim retirar o seu dinheiro a qualquer momento, sempre que precisar.
Partindo do cenário de uma poupança de 5.000 euros, aplicada no período de um ano, verifica-se que existem soluções financeiras interessantes para quem privilegia a segurança, mas continua a querer fazer render o seu dinheiro. No geral, a alternativa mais atractiva entre os produtos de menor risco está nos depósitos a prazo. É este o efeito da crise, que obrigou os bancos a alterarem estratégias comerciais e a aumentarem as taxas de juro pagas neste tipo de produtos.
Os últimos dados disponíveis no Banco de Portugal remontam a Agosto, mês em que a remuneração média dos depósitos com prazo de um ano se situou em 4,38%. Embora não haja qualquer garantia que este valor venha a repetir-se no futuro, a simulação efectuada mostra que os depósitos poderão proporcionar o retorno mais alto em comparação com os outros produtos de baixo risco, também analisados com base em remunerações passadas. O juro médio de 4,38% dos depósitos a prazo potencia uma mais-valia de 219 euros, colocando a poupança final em 5.219 euros (ver simulação ao lado).
Aplicando o mesmo raciocínio aos certificados de aforro, que perderam grande parte da sua atractividade desde a entrada em vigor das novas regras, em Janeiro, quando baixaram os prémios de permanência (ver página 7), ao fim de um ano o retorno adicional será de 203 euros. Isto tendo em conta o juro pago a partir de Novembro (4,004%). Utilizando a remuneração média em 2008 (3,833%), a mais-valia potencial desce para 194,43 euros. E se, no caso dos depósitos, a perspectiva é a de que os bancos venham a reforçar as taxas praticadas, nos certificados de aforro a expectativa é a oposta. A fragilidade crescente da economia europeia obrigará o Banco Central Europeu a cortar juros, o que pode acontecer já esta semana, com efeitos directos na descida das Euribor. E porque o cálculo do juro dos certificados é indexado à taxa Euribor a três meses, é expectável que estes produtos venham a pagar menos.
Já na comparação entre depósitos e fundos de tesouraria, simular médias peca por insuficiente, tanto por excesso, como por falta. Aqui, a regra é: cada caso é um caso. Nos depósitos, alguns bancos oferecem taxas muito atractivas. É o caso do depósito Banif Fast, o melhor da banca nacional com um juro real de 4,98% (ver pág. 6). Nos fundos de tesouraria, a rendibilidade é muito variável, além de reportar aos últimos 12 meses. Há fundos de tesouraria com retornos atractivos para esta classe tão conservadora, como o fundo da Société Général (SGAM Fund Money Market Euro B Acc) que acumula uma rendibilidade superior à remuneração média dos depósitos a prazo (ver pág. 6). Contudo, o desempenho médio dos fundos de tesouraria no último ano é muito baixo (0,26%), havendo fundos que estão a perder dinheiro. O que prova que, mesmo os produtos de menor risco, também podem falhar. Não será esse o caso dos depósitos e dos certificados, em que o capital inicial é garantido.
Remuneração dos depósitos é mais atractiva
Embora haja produtos muito diferentes, os depósitos a prazo têm, em média, a remuneração mais elevada. Face à taxa média de 4,38%, o investimento de 5.000 euros possibilita uma mais-valia potencial de 219 euros ao fim de um ano. Em termos médios, é mais alta que a dos certificados e dos fundos de tesouraria. Contudo, há fundos com retornos passados mais atractivos.
Vantagens | Vantagens | Vantagens |
- Risco muito reduzido; - Garantia do capital inicial; - Inexistência de comissões; - Simplicidade do investimento. | - Risco muito reduzido, com a segurança adicional de o capital ser assegurado pelo Estado; - Existência de prémios de permanência que chegam aos 5% a partir do quinto ano; - Possibilidade de poder resgatar o dinheiro em qualquer momento. | - Risco baixo; - Liquidez elevada; - Gestão profissional que procura aproveitar as melhores oportunidades do mercado. |
Desvantagens | Desvantagens | Desvantagens |
- Retornos reais baixos na maioria dos casos, mesmo nos que publicitam taxas elevadas; - Juros tributados a uma taxa de 20% em sede de IRS; - Possível perda do juro em caso de resgate antecipado. | - Retornos limitados, que não ultrapassam os 5%; - Uma vez que a taxa de juro é calculada ao trimestre, no momento do resgate existe o risco de o aforrador perder a totalidade dos juros do último trimestre; - Indicado para aplicações em períodos mais longos. | - Rendibilidades baixas na maioria das situações; - Risco de descidas das taxas de juro nos mercados; - Risco de crédito resultante da incerteza face à capacidade dos emitentes de cumprirem as suas responsabilidades. |
Tipo de investidor | Tipo de investidor | Tipo de investidor |
Investidores conservadores com objectivos de valorizar a poupança num horizonte de curto prazo. São também aforradores que privilegiam a liquidez e o resgate do capital sem custos elevados. | Pequeno ou médio investidor que pretende um produto seguro, de compreensão simples, e que conjuga uma liquidez elevada com o incentivo à poupança por período mais prolongados. | Investidores com baixa tolerância a oscilações do valor do capital investido e que privilegiem a elevada liquidez. Deverão ser, ainda, aforradores com um horizonte de investimento de curto prazo, com período máximo de um ano. |
Fonte: Banco de Portugal, Bancos nacionais, Instituto de Gestão de Crédito Público, Morningstar e Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património.
Banif tem o melhor depósito para aplicações a um ano
Os tradicionais depósitos a prazo provam ser uma boa opção, para quem procura refúgio da crise. Mas, como diz o ditado, "nem tudo o que reluz é ouro". São vários os bancos que publicitam taxas elevadíssimas mas, no fim de contas, os proveitos acabam por ser mínimos. Não se deixe enganar. O Negócios dá-lhe uma ajuda. Fizemos as contas e apresentamos-lhe as melhores opções para aplicações a um ano.
Com a escolha acertada, pode ganhar até 250 euros, isto num investimento de 5.000 euros. É esta a remuneração mais elevada que o Negócios encontrou num universo de 15 instituições financeiras, incluindo na análise, também, os depósitos promocionais, sendo alguns deles exclusivos para novos clientes, ou recursos, e a maioria não renovável.
É no Banif que os aforradores podem conseguir a remuneração mais elevada, de 249 euros, com uma aplicação a doze meses. O banco publicita na sua página da Internet uma taxa anual nominal bruta (TANB) de 6,23%. A taxa líquida baixa para 4,98% o que é, ainda assim, superior às restantes ofertas actualmente disponíveis no mercado.
O "Super Depósito Banif@st", do Banif, está assim no topo do "ranking" realizado pelo Negócios. Com a mesma aplicação no BPN, recorrendo ao "Depósito a Prazo Promocional", a remuneração líquida, no final da aplicação, é de 240 euros, para os mesmos 5.000 euros, sendo que para constituir uma "poupança" nesta instituição necessita apenas de 500 euros.
Dos 15 bancos analisados, além do Banif e do BPN, só mais três instituições garantem uma remuneração superior a 200 euros. São eles o Banco Best, que pertence ao Banco Espírito Santo, o Barclays, e o Banco Popular. Neste último, seleccionámos o "Depósito Ouro", um produto que anuncia uma taxa de 10% no primeiro mês e uma taxa fixa de 4,66% para os restantes meses da aplicação.
No final, a remuneração chega aos 204,20 euros, praticamente o mesmo que o resultado obtido com um outro depósito oferecido por esta instituição, o "NetPrazo" a um ano, cuja remuneração está indexada à Euribor, neste caso a 12 meses. Esta taxa interbancária continua elevada (4,865%), mas dada a recente decisão do Banco Central Europeu de reduzir a taxa directora da Zona Euro, a tendência tem sido de descida.
Entre os bancos "tradicionais", BCP, BPI e BES, o mesmo investimento de 5.000 euros traduz-se num retorno líquido entre os 170 e os 180 euros. Já a Caixa Geral de Depósitos paga apenas 87 euros, fruto da baixa taxa de juro apresentada, de 2,175%. Ligeiramente melhor é a aplicação do Crédito Agrícola que lhe "oferece" um ganho de 110 euros, no mesmo período.
Escolha acertada pode gerar retorno de €250 Simulação para €5.000
Fonte: Informação recolhida nos "sites" das instituições. Cálculos efectuados pelo Negócios
Fundo da SGAM melhor que muitos depósitos
São os únicos produtos, dos três analisados, em que é possível perder dinheiro, ainda que sejam uma solução de baixo risco. Investem em obrigações, depósitos bancários, papel comercial, numerário, entre outros valores mobiliários, mas nem os fundos de tesouraria são imunes às flutuações dos mercados. Veja-se o caso do Parvest Dynamic ABS, gerido pelo BNP Paribas, que se desvaloriza perto de 23% nos últimos 12 meses. Trata-se de um fundo que procura ter um desempenho próximo da taxa Euribor a três meses, mas cujo desempenho é significativamente mais negativo. No entanto, a média dos fundos de tesouraria em Portugal ainda é positiva, embora pouco (0,26%). Daí que, nos fundos, o segredo seja mesmo o de saber escolher.
A melhor solução disponível no mercado nacional é fruto da gestão do Société Générale. Classificado com quatro estrelas pela Morningstar, o SGAM Fund Money Market Euro B Acc tem o retorno mais alto do último ano, ao valorizar-se 4,4%. Uma taxa superior a muitos depósitos a prazo comercializados pela banca nacional. Contudo, por ser um fundo de uma gestora estrangeira, esta rendibilidade é bruta. Mas mesmo descontando sobre as mais--valias 20% em sede de IRS, a simulação mostra que o retorno potencial poderá ser atractivo face aos objectivos propostos. Para um investimento inicial de 5.000 euros, e aplicando o retorno passado, pode-se chegar ao fim de um ano com uma mais-valia de 180 euros. Muito superior à média da classe, que proporcionaria um retorno adicional de apenas 13 euros. Já o melhor fundo de gestão nacional, o Montepio Tesouraria, permitiria uma mais-valia de 127,5 euros.
SGAM Fund Money Market euro b acc | Parvest Dynamic ABS L Acc | Montepio Tesouraria |
O melhor fundo de tesouraria | O pior fundo de tesouria | O melhor fundo português |
4,50% O fundo da Société Générale é o mais rentável em Portugal. A rendibilidade no último ano potencia um retorno final de €5.180 depois da dedução em IRS de 20%. | -22,7% Embora esteja classificado como sendo de baixo risco, este fundo do BNP Paribas acumula uma perda de quase 23% no último ano. | 2,55% É o fundo português mais rentável no espaço de 12 meses. Uma rendibilidade passada que, simulada, potencia um retorno total de €5.127,5 ao fim de um ano. |
Mais vantagens nos certificados se ficar mais tempo
A alteração das regras dos certificados de aforro no início do ano retirou atractividade a este produto de eleição dos portugueses, sobretudo nos períodos inferiores a três anos. Daí que, para o objectivo proposto de investimento a um ano, os certificados sejam a solução menos atractiva. Ainda mais quando a expectativa é de descida da taxa Euribor nos próximos meses, que resultará, necessariamente, em juros mais baixos nos certificados.
Tendo por base a taxa de juro para as subscrições efectuadas a partir deste mês (4,004%), o retorno potencial do investimento de 5.000 euros é de 203,2 euros ao fim de um ano. Isto já incluindo o prémio de permanência de 0,25% que é pago a partir do segundo semestre. É precisamente a existência de prémios de permanência que fazem deste produto de dívida pública uma solução mais atractiva a longo prazo. É que o prémio pode chegar aos 5% a partir do quinto ano da poupança. Assim sendo, manter o mesmo investimento durante todo o período de vida de um certificado - dez anos - poderá permitir-lhe obter uma mais-valia de 3.120 euros. O que quer dizer que, passada uma década, poderá ter uma poupança total de 8.120 euros, incluindo todos os prémios de permanência.
A simulação tem por base a remuneração dos certificados de aforro praticada em Novembro que, apesar de uma quebra em relação ao mês anterior, é ainda das mais elevadas desde que a nova série C foi constituída em Janeiro. Se, ao invés, aplicar-se ao investimento de 5.000 euros a taxa média dos juros pagos mensalmente pelos certificados (3,833%), verifica-se que a mais-valia potencial ao fim de 12 meses desce para pouco mais do que 194 euros. Estendendo o período de permanência ao máximo de dez anos, o retorno extra será de 2.984 euros. Este montante corresponde a uma poupança total ligeiramente superior a 7.980 euros. O que demonstra bem que, nos certificados, valerá a pena ficar por mais tempo.
Manter uma poupança de €5.000 num certificado durante dez anos pode render €8.120
A simulação é efectuada tendo por base a taxa de remuneração dos certificados de aforro para Novembro (4,004%) e aplicando os prémios de permanência, que atingem um máximo de 5% a partir do quinto ano da poupança.
1 ano | 5 anos | 10 anos |
€ 5.203 | € 6.166 | € 8.120 |
Poupança capitalizada num ano, com base na taxa de remuneração dos certificados em Novembro (4,004%) com prémio de 0,25%. | Poupança capitalizada ao fim de cinco anos, com base na taxa de remuneração dos certificados em Novembro e aplicados os prémios. | Poupança capitalizada ao fim de dez anos, com base na taxa de remuneração dos certificados em Novembro e aplicados os prémios. |