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Fundos fintam tensão nos mercados financeiros

O aumento da tensão vivida nos mercados financeiros em Fevereiro não travou as valorizações das carteiras sugeridas pelos supermercados de fundos aos leitores do Negócios. A recomposição das carteiras em Janeiro tornou-as mais defensivas face...

03 de Março de 2010 às 09:32
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O aumento da tensão vivida nos mercados financeiros em Fevereiro não travou as valorizações das carteiras sugeridas pelos supermercados de fundos aos leitores do Negócios. A recomposição das carteiras em Janeiro tornou-as mais defensivas face aos receios com a situação das contas públicas nos países do sul da Europa.





Como evoluíram as oito carteiras de fundos em Fevereiro





As carteiras prudentes foram construídas para um prazo de investimento de três anos e são destinadas a aforradores conservadores que não aceitam perdas anuais superiores a 4%.


As carteiras agressivas estão desenhadas para um prazo de investimento mínimo de cinco anos e com um limite de perdas anuais até 10%.





ActivoBank7
Nervos dos investidores em teste

As duas carteiras sugeridas há sete meses pelo ActivoBank7 mantêm-se, este mês, sem alterações, depois da restruturação sofrida em Janeiro. Na carteira mais conservadora, os ganhos acumulados desde Julho do ano passado - quando o Negócios iniciou a actual rubrica - voltaram a ultrapassar os 5%. Assim, quem tivesse aplicado 100 mil euros e replicado a carteira mais prudente do ActivoBank 7 teria agora 105.425 euros. Contudo, este acaba por ser ainda um valor inferior ao acumulado no final de Dezembro, quando o retorno apresentado pelo cabaz de fundos de investimento ascendia a 5,58%.

Na carteira mais agressiva, a valorização dos últimos sete meses ascende a 9,74%, o que representa um aumento significativo face aos 7,61% do final de Janeiro.

Segundo Gonçalo Gomes, da direcção de "marketing" do banco, "nas últimas semanas os nervos dos investidores foram testados com o endurecimento da política monetária na China (refreando a expansão da principal locomotiva da recuperação global) e com as dúvidas sobre a capacidade dos governos ocidentais em financiarem os seus défices e manterem o apoio às economias por via orçamental". O aumento do risco soberano nos países desenvolvidos está já a forçar os países mais frágeis a "apertar o cinto".

O sentimento negativo que dominou entre os investidores ocorreu "ainda que as empresas estejam a apresentar bons resultados (das mais de 400 empresas do S&P 500 que já apresentaram resultados relativos ao quarta trimestre de 2009, cerca de 76% superaram as expectativas dos analistas)", salienta Gonçalo Gomes.






Banco Best

Matérias-primas e Brasil animam valorizações

O Banco Best foi o único dos quatro supermercados de fundos que compõem a rubrica do Negócios a alterar este mês a composição da sua carteira de fundos.

Foram alterados dois, introduzindo o HSBC GIF New World Income M1C, que tem uma estratégia de maior diversificação e uma maior flexibilidade que o agora retirado Schroder ISF Emerging Markets Debt Absolute Return. O fundo BlackRock Global Funds, mais focado nas obrigações, regressa às carteiras de investimento do Best.

Segundo os especialistas da direcção de investimentos do supermercado de fundos, "durante o último mês as carteiras acompanharam a performance da generalidade das classes de activos dos mercados financeiro". E especificam: "na carteira conservadora, a 'performance' foi sustentada pelo fundo de acções Franklin Mutual Global Discovery N e também pela exposição ao fundo CAAM Funds Dynarbitrage VaR 4 EUR S, que desde a sua introdução continua a registar uma 'performance' positiva". A aposta nas matérias-primas "também teve um contributo positivo para o desempenho da carteira".

De Julho a Fevereiro, a carteira mais prudente sugerida pelo Banco Best valorizou 3,73%, melhorando face a Janeiro.

Na carteira agressiva, "a performance foi impulsionada pelo fundo DWS Brazil, embora as restantes temáticas, 'agribusiness' e matérias-primas, também tenham contribuído significativamente para a evolução da carteira".

O cabaz mais agressivo soma em sete meses um ganho de 5,11%. Para um investimento inicial de 100 mil euros, isto significa que o ganho ascende agora a 5.114 euros.






Banco BIG
Prudência nas acções dá frutos

No arranque de 2010, o Banco BIG reduziu a exposição ao dólar e manteve a prudência na exposição ao mercado accionista nas carteiras sugeridas na rubrica "supermercados de fundos". E a estratégia está a ser bem sucedida, uma vez que em Fevereiro consegue as suas melhores valorizações dos últimos sete meses. Tanto no cabaz mais conservador como no mais agressivo.

Na carteira mais prudente, a valorização acumulada de Julho a Fevereiro deste ano ascende a 3,74%, a mais elevada de sempre. Ou seja, quem tenha aplicado 100 mil euros em meados do ano passado e seguido a alocação sugerida pelo Banco BIG tem em carteira nesta altura 103.739 euros.

No portfólio mais agressivo, os ganhos são mais avultados (embora, o risco associado seja também, pela sua natureza, mais elevado). Em sete meses a carteira soma 8,93%, bem acima dos 7,91% registados até finais de Janeiro.

Logo, se em vez da aposta mais prudente tivesse optado em Julho do ano passado por aplicar os 100 mil euros no cabaz mais agressivo, teria agora um ganho de 8.933 euros.

Agora, o BIG conserva a estratégia. "Iremos manter a mesma alocação para o próximo mês. Não existem no momento factores que nos levem a alterar o nosso posicionamento em termos de alocação de activos", afirma Rui Broega, director da gestão de activos do banco.

Segundo o especialista do Banco BIG, "continuaremos focados na diversificação de fontes de rendimento para a carteira sem nos expormos demasiado ao segmento de acções por julgarmos as valorizações fundamentais justas em função da actual conjuntura".






Deutsche Bank
Oportunidades nas obrigações corporativas

A maior restrição na concessão de crédito anunciada pela China, com potenciais impactos negativos no ritmo de crescimento, a introdução de uma nova legislação nos EUA mais restritiva para o sector financeiro e os receios gerados pela dívida da Grécia, "foram determinantes para a queda dos índices accionistas" e para as obrigações soberanas do sul da Europa no arranque de 2010, afirmam os especialistas do Deutsche Bank. E explicam: "Os investidores acabaram por dar um maior peso a estes receios do que aos dados macroeconómicos e empresariais que confirmam a solidez da recuperação economia mundial". Já "as obrigações governamentais alemãs e norte-americanas beneficiaram do aumento da aversão ao risco".

De Julho a Fevereiro, a carteira mais conservadora do Deutsche Bank valorizou 5,16%, acima dos 4,41% de Janeiro. Mas no cabaz agressivo não houve mexidas, o ganho mantém-se inalterado nos 9,74% registados até Janeiro.

Olhando para a frente, "mantemos a visão positiva para os mercados accionistas. As recentes quedas não são justificadas pelos dados macroeconómicos e resultados empresariais, pelo que se esperam notícias positivas. Continuamos a preferir empresas de grande capitalização com diversificação internacional", afirmam os especialistas.

Ainda assim, "continuamos com uma visão negativa para as obrigações soberanas sobre as quais pesa o actual excesso de oferta. Nas obrigações empresariais ainda há oportunidades, ainda que mais pequenas do que em 2009 consequência da redução considerável dos 'spreads'. As obrigações emergentes são uma boa aposta tendo em conta a solidez destes países".






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