Notícia
Derreta o gelo da sua casa
Opte pelo sistema de aquecimento central mais eficiente para o seu lar. Saiba como evitar as facturas que lhe congelam o saldo.
14 de Janeiro de 2011 às 07:40
Poupar energia. É disto que se fala quando se juntam as palavras “aquecimento” e “crise”. Se o frio já invadiu Portugal, chegou a vez das contas arrefecerem as carteiras dos portuguesas. Em Novembro, a Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores - DECO lançou uma petição para acabar com as tarifas extras na factura da electricidade. Em causa, estava o aumento proposto pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos de 3,8%, em média, nos “custos de interesse geral”. O Governo já veio afastar a possibilidade de rever as tarifas a curto prazo.
Para poupar, há que adoptar comportamentos adequados. Nuno Baptista, da Adene – Agência para a Energia, afirma que antes de escolher um sistema de aquecimento, deve ponderar o seu custo e eficiência. “O mais eficiente pode ter um custo mais elevado no momento da compra, mas, ao longo de um conjunto de anos, traduz-se numa poupança efectiva.”
Existem várias formas de climatizar o seu lar. Antes de decidir, peça um estudo ao instalador. “O mais importante será promover que a fracção não tenha necessidades de aquecimento”, diz Baptista. A opinião é partilhada por Filipa Alves, do projecto EcoCasa, promovido pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza. “A construção é o elemento mais importante no aquecimento de uma casa.” Não só através dos materiais e das soluções construtivas que são adoptadas, mas também do seu planeamento e integração.
A orientação solar é fundamental para a sua eficiência. Se a casa for bem orientada, “as necessidades de aquecimento vão reduzir ou mesmo nem existir”. Filipa Alves sublinha que a climatização através de energias renováveis ou outras de elevada eficiência energética serão, sempre que possível, a melhor opção. Segundo a Adene, os sistemas mais utilizados são o aquecimento central com recurso a caldeiras e radiadores, a caldeiras de piso radiante e os sistemas de bombas de calor, como os aparelhos de ar condicionado.
A qualidade da construção também é essencial. A casa deve ficar bem isolada, para atenuar as trocas térmicas entre o interior e o exterior. Não esqueça: isole também os pavimentos e coberturas. As superfícies envidraçadas devem ser bem dimensionadas, com vidros duplos e caixilharia mais eficientes. Estas devem ser protegidas com dispositivos móveis. “Devemos aproveitar a luz do Sol para aquecer a habitação. No entanto, depois de anoitecer, logo que for possível, devemos baixar os estores e correr os cortinados”, aconselha Filipa Alves.
O Negócios pediu à Home Energy que simulasse qual a forma mais eficiente de aquecer três casas. Na moradia, a bomba de calor ar – água é a soluça mais equilibrada. “Trata-se de um sistema com elevado rendimento e bons níveis de conforto interior, pelo facto de se utilizarem radiadores como unidades emissoras.” Contudo, é a solução mais cara em termos de investimento. Nos apartamentos, a solução mais eficiente é o sistema com caldeira mural a gás natural e radiadores a água.
Para todas as carteiras
O aquecimento central a gasóleo também é possível, mas traz algumas desvantagens, segundo João Nunes, da Gasfomento, empresa com actividades no âmbito da Eficiência Energética e Energia Solar. É preciso armazenar o combustível, abastecer periodicamente o depósito e a sua instalação só é viável em moradias. Mais: a combustão das caldeiras a gasóleo libertam fumo e odor, se não estiverem correctamente afinadas. São mais ruidosos e precisam de mais manutenção do que os sistemas a gás. Se ainda assim quiser instalar um sistema destes num T1, custar-lhe-á 3.890 euros. Num T3, custa 5.200 euros e num T4, o preço sobe para 5.690 euros. A instalação de um sistema de aquecimento central a gás fica-lhe bem mais económica. Num T1, instala-o com 2.390 euros, num T3, com 3.700 euros e num T4 com 4.190 euros.
O Negócios consultou a Megaclima para saber quanto custaria instalar um sistema de ar condicionado com bomba de calor nas mesmas casas. O casal que vive num T1 precisaria de 2.091 euros para instalar dois aparelhos e uma unidade exterior. A família que vive num T3, terá de gastar 4.079 euros com a aquisição e instalação de cinco unidades. Quem vive na moradia pagaria 4.878 euros pelos seis aparelhos. A todos os orçamentos acresce o valor do IVA.
Os acumuladores de calor são sistemas de aquecimento eléctrico por joule (conversão de energia eléctrica em térmica), com blocos de cerâmica. São concebido para manter os espaços a uma determinada temperatura constante, durante todo o dia, carregando apenas durante as horas do vazio, ou seja, à noite. Segundo a informação prestada por Vera Coutinho e Selwin Weber, o orçamento para a aquisição e instalação destes aparelhos ronda os 1.050 euros no T1, os 2.330 euros no T3 e os três mil euros na moradia.
Cinco dicas para amealhar
1. Atenção às janelas
Deixe os estores levantados para que o Sol incida nos envidraçados e aqueça a habitação durante o dia. Baixe-os mal anoiteça. Os cortinados também ajudam a reduzir a passagem de calor para o exterior. Se taparem toda a área da janela, melhor. As portas e janelas devem ser correctamente vedadas e isoladas.
2. Desligue antes de sair
Adeque a temperatura do aquecedor à que se faz sentir lá fora. Se tiver radiadores a óleo, por exemplo, deve desligá-los pouco antes de sair da divisão. Uma temperatura de 20ºC é suficiente para manter o conforto na habitação. Por cada grau de temperatura que diminua, o consumo é reduzido em cerca de 7%.
3. Invista na manutenção
Os equipamentos deverão ser eficientes, mas deve evitar que se degradem. Uma manutenção adequada da caldeira fará com que poupe 15% em energia. A médio prazo, a falta de manutenção pode promover um decréscimo na eficiência dos sistemas. Caso se ausenta por algumas horas, reduza a posição do termóstato para 15ºC.
4. Dimensão correcta
Seja qual for o sistema que instalar, este deve ser optimizado e dimensionado correctamente para a habitação. Em termos de consumos energéticos, não é aconselhável que recorra a sistemas subdimensionados ou sobredimensionados.
5. Regule os radiadores
Instale válvulas termostáticas nos radiadores. Assim, ajusta a temperatura em cada divisao, regulando automaticamente o caudal de água quente no sistema. Deve afastá-los das peças de mobiliário ou cortinas. Caso esteja por baixo de uma janela, instale uma placa de material isolador e reflector entre o radiador e a parede.
Para poupar, há que adoptar comportamentos adequados. Nuno Baptista, da Adene – Agência para a Energia, afirma que antes de escolher um sistema de aquecimento, deve ponderar o seu custo e eficiência. “O mais eficiente pode ter um custo mais elevado no momento da compra, mas, ao longo de um conjunto de anos, traduz-se numa poupança efectiva.”
A orientação solar é fundamental para a sua eficiência. Se a casa for bem orientada, “as necessidades de aquecimento vão reduzir ou mesmo nem existir”. Filipa Alves sublinha que a climatização através de energias renováveis ou outras de elevada eficiência energética serão, sempre que possível, a melhor opção. Segundo a Adene, os sistemas mais utilizados são o aquecimento central com recurso a caldeiras e radiadores, a caldeiras de piso radiante e os sistemas de bombas de calor, como os aparelhos de ar condicionado.
A qualidade da construção também é essencial. A casa deve ficar bem isolada, para atenuar as trocas térmicas entre o interior e o exterior. Não esqueça: isole também os pavimentos e coberturas. As superfícies envidraçadas devem ser bem dimensionadas, com vidros duplos e caixilharia mais eficientes. Estas devem ser protegidas com dispositivos móveis. “Devemos aproveitar a luz do Sol para aquecer a habitação. No entanto, depois de anoitecer, logo que for possível, devemos baixar os estores e correr os cortinados”, aconselha Filipa Alves.
O Negócios pediu à Home Energy que simulasse qual a forma mais eficiente de aquecer três casas. Na moradia, a bomba de calor ar – água é a soluça mais equilibrada. “Trata-se de um sistema com elevado rendimento e bons níveis de conforto interior, pelo facto de se utilizarem radiadores como unidades emissoras.” Contudo, é a solução mais cara em termos de investimento. Nos apartamentos, a solução mais eficiente é o sistema com caldeira mural a gás natural e radiadores a água.
Para todas as carteiras
O aquecimento central a gasóleo também é possível, mas traz algumas desvantagens, segundo João Nunes, da Gasfomento, empresa com actividades no âmbito da Eficiência Energética e Energia Solar. É preciso armazenar o combustível, abastecer periodicamente o depósito e a sua instalação só é viável em moradias. Mais: a combustão das caldeiras a gasóleo libertam fumo e odor, se não estiverem correctamente afinadas. São mais ruidosos e precisam de mais manutenção do que os sistemas a gás. Se ainda assim quiser instalar um sistema destes num T1, custar-lhe-á 3.890 euros. Num T3, custa 5.200 euros e num T4, o preço sobe para 5.690 euros. A instalação de um sistema de aquecimento central a gás fica-lhe bem mais económica. Num T1, instala-o com 2.390 euros, num T3, com 3.700 euros e num T4 com 4.190 euros.
O Negócios consultou a Megaclima para saber quanto custaria instalar um sistema de ar condicionado com bomba de calor nas mesmas casas. O casal que vive num T1 precisaria de 2.091 euros para instalar dois aparelhos e uma unidade exterior. A família que vive num T3, terá de gastar 4.079 euros com a aquisição e instalação de cinco unidades. Quem vive na moradia pagaria 4.878 euros pelos seis aparelhos. A todos os orçamentos acresce o valor do IVA.
Os acumuladores de calor são sistemas de aquecimento eléctrico por joule (conversão de energia eléctrica em térmica), com blocos de cerâmica. São concebido para manter os espaços a uma determinada temperatura constante, durante todo o dia, carregando apenas durante as horas do vazio, ou seja, à noite. Segundo a informação prestada por Vera Coutinho e Selwin Weber, o orçamento para a aquisição e instalação destes aparelhos ronda os 1.050 euros no T1, os 2.330 euros no T3 e os três mil euros na moradia.
A tradição ainda é o que era A lareira pode não ser a forma mais eficiente de aquecer a sua casa, mas parece que a biomassa veio para ficar. A lenha ainda aquece casas, quer tenha um sistema de aquecimento central ou local. No primeiro, incluem-se os recuperadores a água, instalados na sala. Quando são ligados, aquecem a água da instalação, que percorre os radiadores da casa. Esta opção pode ser integrada com outras soluções, como uma caldeira de gás, gasóleo ou painéis solares térmicos. Durante o Inverno, quando as placas não produzem calorias necessárias para aquecer água, são ajudadas pelo recuperador, que aquece o ambiente e a água. "Na maioria dos casos, consegue-se com o recuperador e o painel solar, suprir as necessidades de aquecimento de uma habitação", revela Nuno Sequeira, director-geral da Solzaima - Soluções de Aquecimento a Biomassa. É possível utilizar lenha ou "pellets" (combustível de forma cilíndrica proveniente de resíduos de Madeira), nas salamandras de aquecimento central a água. Funcionam de forma idêntica, mas Sequeira admite que a lenha é um pouco mais económica. O recuperador também pode aquecer o piso radiante. Para isso, terá de o ligar a um acumulador que estabilize a temperatura da água. Segundo as contas da Solzaima, para aquecer uma casa entre 150 e 200 metros quadrados gasta-se cerca de 1,5 toneladas de lenha em cinco meses de Inverno, ou seja, cerca de 180 euros. De acordo com a empresa, este valor representa três vezes menos face ao gasóleo e 2,5 vezes menos face ao gás. Acender a lareira No aquecimento local, existem os recuperadores de ar e as salamandras. Aqui, aquecem o ar da divisão, canalizam-no para outras, aproveitando o calor de forma mais homogénea. "Um recuperador, quando instalado numa lareira, permite poupar bastante lenha: uma lareira tradicional terá cerca de 10% a 15% de rendimento, o que significa que só aproveita esta quantidade de calor retirada da lenha. No recuperador de calor, o rendimento é de cerca de 75%, o que significa que cada quilograma (quilos) é aproveitado para calor no interior da casa em 75%", explica Nuno Sequeira. E dá exemplos: Para aquecer uma divisão com cerca de 35 metros quadrados numa hora, são necessários 12 quilos de lenha numa lareira convencional, com rendimento de 10%. Com um rendimento de 75%, bastam 1,6 quilos de lenha. Para um T1, a salamandra seria a solução ideal. O preço varia consoante a tipologia, se tem ventilação ou não. Uma mais simples pode custar 400 euros, enquanto que outra com design custa 1.700 euros. Em ambas as soluções, acresce o preço dos tubos de saída de fumos, que poderão custar cerca de 250 euros. No T3 para quatro pessoas, Sequeira poderia aconselhar um recuperador a ar, que aquecesse cerca de 220 metros quadrados, num apartamento com um pé direito de 2,6 metros quadrados. Neste caso, recomenda um equipamento moderno, que não deve exceder os 2.200 euros. A instalação pode custar cerca de 400 euros. Se o orçamento não der para tanto, é possível encontrar equipamentos que aquecem 108 metros quadrados, que custam cerca de 850 euros e a instalação 250 euros. No mesmo T3, também poderia optar pelo aquecimento central a água. Se estiver ligado ao gás, sempre que ligasse o recuperador na sala, desligaria o contador do gás. A instalação é mais complicada, podendo rondar os seis mil euros, se ainda não existir uma instalação de aquecimento central em casa. Se já existir, fica mais barato. O aparelho pode custar mil euros e aquecer uma área de cerca de 330 metros quadrados. "Esta é a solução ideal para a moradia com cinco pessoas", comenta Sequeira. Os recuperadores de aquecimento central a água podem custar entre mil e dois mil euros, dependendo da potência e do design do aparelho. A instalação também varia: uma mais simples ronda os seis mil euros e outra mais complexa ronda os nove mil euros. |
Cinco dicas para amealhar
1. Atenção às janelas
Deixe os estores levantados para que o Sol incida nos envidraçados e aqueça a habitação durante o dia. Baixe-os mal anoiteça. Os cortinados também ajudam a reduzir a passagem de calor para o exterior. Se taparem toda a área da janela, melhor. As portas e janelas devem ser correctamente vedadas e isoladas.
2. Desligue antes de sair
Adeque a temperatura do aquecedor à que se faz sentir lá fora. Se tiver radiadores a óleo, por exemplo, deve desligá-los pouco antes de sair da divisão. Uma temperatura de 20ºC é suficiente para manter o conforto na habitação. Por cada grau de temperatura que diminua, o consumo é reduzido em cerca de 7%.
3. Invista na manutenção
Os equipamentos deverão ser eficientes, mas deve evitar que se degradem. Uma manutenção adequada da caldeira fará com que poupe 15% em energia. A médio prazo, a falta de manutenção pode promover um decréscimo na eficiência dos sistemas. Caso se ausenta por algumas horas, reduza a posição do termóstato para 15ºC.
4. Dimensão correcta
Seja qual for o sistema que instalar, este deve ser optimizado e dimensionado correctamente para a habitação. Em termos de consumos energéticos, não é aconselhável que recorra a sistemas subdimensionados ou sobredimensionados.
5. Regule os radiadores
Instale válvulas termostáticas nos radiadores. Assim, ajusta a temperatura em cada divisao, regulando automaticamente o caudal de água quente no sistema. Deve afastá-los das peças de mobiliário ou cortinas. Caso esteja por baixo de uma janela, instale uma placa de material isolador e reflector entre o radiador e a parede.