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Benefícios fiscais ajudam mas não muito

O verdadeiro íman dos planos de poupança-reforma são os benefícios fiscais que permitem aos subscritores maximizarem a devolução de IRS no ano seguinte. Até se compreende: que outra aplicação financeira garante um rendimento de 20% logo no ano seguinte?

17 de Setembro de 2009 às 10:00
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O verdadeiro íman dos planos de poupança-reforma são os benefícios fiscais que permitem aos subscritores maximizarem a devolução de IRS no ano seguinte. Até se compreende: que outra aplicação financeira garante um rendimento de 20% logo no ano seguinte?

Os aforradores que investiram em PPR durante 2008 receberam uma dedução à colecta até 400 euros no apuramento do saldo fiscal já em 2009. No próximo ano, a história repetir-se-á, já que, até ao final do ano, os PPR permitem uma dedução de 20% das aplicações até aos limites de 400 euros, 350 euros e 300 euros, conforme o subscritor tenha menos de 35 anos, entre 35 e 50 anos e mais de 50 anos.

Todavia, o ganho fiscal só ocorre uma vez por cada subscrição, logo o seu efeito é diluído ao longo dos vários anos de vida do plano de reforma. Para aferir se os benefícios fiscais tornam os PPR mais atractivos no longo prazo, o Negócios simulou uma poupança anual desde 1999 no valor que permitia maximizar a dedução fiscal em cada ano.

O aforrador hipotético realizou essas subscrições no último dia útil de cada ano no Santander Poupança Investimento PPR (o mais antigo fundo de poupança-reforma em actividade) e recebeu no último dia de Junho seguinte um cheque da autoridade fiscal no valor da dedução. Desse modo, o aforrador, que tem entre 35 e 50 anos, não fez qualquer aplicação em 2005, o ano em que não houve qualquer benefício fiscal nos PPR, por decisão do antigo ministro das Finanças, Bagão Félix.

Verifica-se que os benefícios fiscais aumentam a rendibilidade dos PPR, mas o resultado final continua longe de surpreender os investidores mais conservadores. O aforrador teria acumulado 19.007 euros em quase 10 anos, o que equivaleria, incluindo as deduções fiscais, a uma rendibilidade anual de 3,81%, cerca de 1,20% acima da inflação no mesmo período. Ora, se o dinheiro aplicado no PPR tivesse sido desviado para os certificados de aforro, um dos instrumentos de risco mais baixo em Portugal, o resultado não teria sido muito menor: a rendibilidade anual ficaria em 3,07%.

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