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Investidores e gestoras beneficiam de mercado global

Quem pensaria, há cinco anos, para não falar há dez, que seria tão fácil investir em acções da Tailândia, em obrigações do Estado chinês ou em carne de porco negociada nos EUA? Entre os investidores que aplicam o seu capital através do balcão de um banco

04 de Outubro de 2007 às 15:50
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Quem pensaria, há cinco anos, para não falar há dez, que seria tão fácil investir em acções da Tailândia, em obrigações do Estado chinês ou em carne de porco negociada nos EUA? Entre os investidores que aplicam o seu capital através do balcão de um banco eram certamente poucos.

A generalização das plataformas de negociação e o crescimento exponencial da indústria de fundos alterou completamente esta perspectiva. Mas ainda há muito que andar para que se alcance um verdadeiro "balcão global", em que seja completamente igual para as gestoras vender produtos na Indonésia ou num banco em Wall Street.

Um estudo elaborado pela Create, em parceria com o Citigroup e com Legg Mason, com base num questionário feito a gestores de fundos de todo o Mundo, inclusive Portugal, revela que a possibilidade de diversificar capital em termos geográficos e de produtos foi um dos pontos mais positivos da chegada da globalização aos mercados. No entanto também há um lado negativo.

O estudo "Globalização dos fundos: desafios e oportunidades" conclui que os principais benefícios de existir um mercado global são seis: desenvolvimento de novos produtos, atracção de novos clientes, desenvolvimento da marca, performance do investimento, relação com os reguladores e maior experiência em lidar com os reguladores.

No entanto, de acordo com a opinião final dos inquiridos, ainda falta muito para que os resultados deste alargamento de actividade em termos de oferta de produtos e na captação de clientes novos mercados se sinta nos lucros. Ainda assim, 45% dos 23.000 inquiridos afirma que a globalização ajudou aos lucros, enquanto que 25% desse total responderam exactamente o contrário.

A principal causa para este problema é o facto de os custos e o tempo perdido com questões burocráticas é grande. Aliás, esse é mesmo o ponto mais negativo da globalização junto das gestoras de fundos e dos bancos de investimento. E isto acaba por diminuir as margens de lucro, reduzindo a relação entre as receitas e os custos, principalmente nos mercados que estão menos desenvolvidos.

"A globalização do nosso negócio de gestão de activos não foi fácil, pois teve de assentar numa combinação de aquisições, crescimento orgânico e a partir do zero. Criou ambiguidades e inconsistências no nosso modelo de negócio ao ponto de os gestores terem de estar constantemente de apagar fogos. Mas os resultados compensaram tudo isso", afirmou um gestor de fundos de um banco de investimento continental, citado no estudo.

Do ponto de vista dos investidores as vantagens do alargamento da oferta de produtos é enorme. Em Portugal, um investidor tem acesso a fundos das mais variadas origens que investem em inúmeros géneros de activos. Essa diversificação permite, não só diminuir o risco de se investir apenas em activos da região de origem, como também maximizar os retornos.

Um investidor português que tenha colocado, no início do ano, 1.000 euros num fundo que siga a performance da bolsa chinesa terá agora 2.730 euros. O mesmo se passa com outros géneros de activos que tiveram grande valorização este ano, como o petróleo, o trigo ou o café, por exemplo, tudo activos nos quais se pode investir através de fundos.

E são estes trunfos que as gestoras de fundos têm para apresentar nos mercados onde entram, tentando cativar novos clientes, ao mesmo tempo que têm mais facilidade e conhecimento para investir nos activos locais.

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