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Itália acusa sete pessoas e duas empresas por produção de peças com falhas para a Boeing
Acusação do Ministério Público revela que empresas subcontratadas por grupo de aviação italiano usaram material mais barato para fabricar componentes, pondo em risco a segurança das aeronaves.
O Ministério Público italiano acusou sete pessoas e duas empresas de vários crimes, incluindo fraude e violação das regras de segurança de aviões, após uma investigação ter revelado indícios de que houve peças defeituosas produzidas por uma empresa italiana para a Boeing.
A justiça italiana abriu uma investigação no final de 2021, depois de a Boeing ter afirmado que algumas peças do seu avião 787 Dreamliner fornecidas por uma empresa que trabalha para o grupo aeroespacial italiano Leonardo tinham sido fabricadas de forma inadequada.
Segundo a acusação, conhecida este sábado, duas empresas italianas subcontratadas do grupo Leonardo utilizaram formas mais baratas e não conformes de titânio e alumínio para fabricar certas peças, poupando somas significativas de dinheiro nos custos de matéria-prima,
Em comunicado, o Ministério Público a cidade de Brindisi, no sul do paí, revelou, sem nomear os subcontratantes ou as sete pessoas, que o resultado "foi a produção de peças de avião com caraterísticas estáticas e de resistência ao stress significativamente inferiores, com repercussões na segurança da aviação".
À Reuters, duas fontes conhecedoras do processo adiantaram que o antigo fornecedor da Leonardo, a Manufacturing Process Specification (MPS), e a sua antecessora, agora falida, a Processi Speciali, são as duas empresas no centro da investigação.
O proprietário da MPS, Antonio Ingrosso, e o seu pai, Vincenzo, que dirigia a Processi Speciali, são duas das sete pessoas envolvidas na investigação. Os dois homens estão "convencidos de que atuaram respeitando plenamente a lei", disse o seu advogado à Reuters.
O grupo Leonardo e a Boeing recusaram fazer comentários à agência noticiosa.