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Warren Buffett recomenda fundos que replicam índices
O maior guru do investimento em bolsa a nível mundial, Warrent Buffett, voltou na última semana a deixar uma preciosa dica às milhares de pessoas que pelo globo acompanham todos os seus passos.
O maior guru do investimento em bolsa a nível mundial, Warrent Buffett, voltou na última semana a deixar uma preciosa dica às milhares de pessoas que pelo globo acompanham todos os seus passos.
Este americano de 76 anos, que se tornou no segundo homem mais rico do mundo graças às muitas aplicações que fez nos mercados de capitais, foi peremptório: "A maioria dos investidores fica melhor servida se puser o seu dinheiro em Exchange Traded Funds."
Mas o que leva Warrent Buffett a recomendar os ETF? Acima de tudo, os baixos custos e a flexibilidade de negociação. Precisamente algumas das razões que estão na origem da crescente popularidade destes produtos em Portugal.
Os ETF são fundos de investimento abertos que têm a peculiaridade de serem negociados em bolsa, podendo ser comprados e vendidos em qualquer altura da sessão e estando o seu desempenho depende do comportamento do índice que lhes está subjacente. Investir num ETF é, assim, tão simples como comprar uma acção.
No entanto, apresenta a vantagem de num único produto obter a exposição a um conjunto diversificado de títulos que compõem um índice. E quando a esta facilidade se associam menores custos do que nos fundos de investimento tradicionais, não é difícil de entender os motivos por que os ETF têm entrado em força no mercado nacional, no último ano.
Estes produtos foram introduzidos nas redes de retalho nacionais pelo Barclays, em 2005. Em Abril de 2006, o Banco Best lançou a maior oferta de ETF do País, recentemente reforçada. Em Abril passado, foi a vez do ActivoBank7 iniciar a comercialização destes instrumentos. Existem hoje centenas de ETF no mercado português, sobre uma multiplicidade de índices bolsistas, classes de activos, sectores, regiões e estratégias.
O que ainda falta, e que afasta Portugal dos mercados mais sofisticados, são ETF cotados na bolsa de Lisboa. No universo Euronext, existem ETF nas praças de Paris e Amsterdão. O mercado americano é o mais desenvolvido, uma vez que foi o "berço" destes instrumentos.
Apesar da inexistência de ETF nacionais, os portugueses estão receptivos. "A reacção dos investidores tem sido positiva e, na sua maioria, tendem a investir em ETF que têm como activo subjacente as acções e as "commodities", dada a boa rendibilidade destes mercados", afirma o director de investimentos do Banco Best. Paulo Horta salienta que há uma "maior apetência por activos com maiores níveis de volatilidade, como os ETF associados a países emergentes (Brasil, África do sul, América Latina) e "commodities" (petróleo e ouro)". São estes os mais negociados na instituição "online".
Baixos custos de gestão e vantagens fiscais
Mas as grandes vantagens dos ETF passam pelos reduzidos custos de gestão e pela tributação fiscal mais leve do que nos tradicionais fundos de investimento mobiliário. Porque os ETF não procuram competir com o mercado, ou seja não têm objectivos de obter um retorno acima dos índices que acompanham, a sua gestão é mais barata. A maioria das instituições cobra pela gestão uma comissão entre 0% e 0,5%, enquanto num fundo tradicional ronda os 3%.
Também a fiscalidade portuguesa é mais vantajosa para estes produtos, já que trata os ETF como acções. Até ao primeiro ano, é retido 10% sobre as mais-valias, enquanto a partir desse período não há cobrança de qualquer valor. No caso do fundos de investimento nacionais, a tributação de 20% já está implícita nas rendibilidades, enquanto nos fundos estrangeiros a taxa sobre as mais-valias é cobrada no resgate.
Os riscos destes produtos estão associados à "performance" dos índices, o que nem sempre significa ganhos. O pior ETF da oferta do Best, que é a maior do mercado, é o United States Oil Fund que, em 12 meses, perde 26,55%. O melhor é o DJ Stoxx 600 Auto Parts, que ganha 44% no mesmo período.