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"Timing das eleições é infeliz." DBRS alerta para atrasos na execução do PRR

Ainda assim, a agência de rating considera que a crise política que o país atravessa não é "uma grande preocupação do ponto de vista do crédito".

Miguel A. Lopes / Lusa
15 de Novembro de 2021 às 09:56
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A DBRS vê como "infeliz" o timing para o país atravessar uma crise política e convocar eleições legislativas. Numa nota publicada esta manhã, a agência de rating indica que "a votação antecipada atrasa a execução das reformas e investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da UE e interrompe o estímulo proposto no orçamento do próximo ano"-

Do total de 14 mil milhões de euros, António Costa tinha planeado gastar seis mil milhões do fundo europeu até ao final de 2022. "O atraso significa que o Governo só conseguirá executar uma parcela menor desse montante até o final do próximo ano. Além disso, sem a aprovação do orçamento, as medidas de estímulo propostas, como um aumento nos salários do setor público e cortes nos impostos aos rendimentos, não se materializarão."

O DBRS considera também que as eleições legislativas antecipadas, marcadas para 30 de janeiro de 2022, não deverão mudar "a composição da assembleia de forma significativa". Se por um lado, esse cenário levanta as reservas em torno da aprovação de um orçamento do Estado, por outro, uma composição semelhante indica que "pouco risco de que Portugal se desvie da sua abordagem pragmático e centrista às políticas macroeconómicas". Por isso, a crise política que o país atravessa não é "uma grande preocupação do ponto de vista do crédito".

"Há uma grande probabilidade de que esta eleição resulte num governo muito parecido com o atual, que precisa de apoio multipartidário para aprovar a legislação", considerou Jason Graffam, vice-presidente do Global Sovereign Ratings Group. "Mas o status quo não é necessariamente um resultado negativo. Dois terços do eleitorado, de acordo com as sondagens atuais, apoia um dos dois partidos do centro. Esta é uma fonte de estabilidade e continuidade num cenário político fraturado."
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