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Testes de stress foram "oportunidade perdida" para fortalecer a banca

Os testes de stress à banca europeia foram uma "oportunidade perdida" para recapitalizar o sistema financeiro europeu.

26 de Julho de 2010 às 12:57
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Os resultados dos testes levaram à conclusão de que os bancos irão necessitar de angariar 3,5 mil milhões de euros em capital.

Este valor equivale a pouco mais de um décimo das carências de capital, que os analistas menos péssimistas esperavam que os testes revelassem, pelo que muitos especialistas ficaram a ponderar sobre se os reguladores foram suficientemente exigentes nos critérios de teste ao sistema financeiro europeu.

“Os testes de stress são um passo importante num conjunto de áreas”, disse o responsável de análise de bancos europeus do Morgan Stanley, Huw van Steenis à Bloomberg. “Mas eles não serão o facto determinante que nós gostávamos e em muitos casos, são uma oportunidade perdida”.

As acções europeias da banca subiram depois de os testes revelarem que só sete dos 91 bancos testados, necessitarão de aumentar capital, para manter um rácios de capital “Tier 1” de 6%, na eventualidade de sofrerem um choque no valor da dívida soberana que detêm e de ocorrer uma recessão.

Antes da divulgação dos testes, o Nomura antecipava que o sistema financeiro europeu iria necessitar de angariar 30 mil milhões de euros, enquanto o Goldman Sachs apontava para carências de capital na ordem dos 38 mil milhões de euros. Já o Barclays Capital disse que os bancos iam precisar de 85 mil milhões de euros, para equilibrar os seus rácios, recorda a Bloomberg.

“Os piores receios não foram incorporados”, disse o estratega-chefe do Brewin Dolphin Securities, Mike Lenhoff à Bloomberg. “Ninguém diria que vimos os efeitos do desastre total e completo aqui no sistema bancário da Zona Euro”.

“Se a exigência de capital tivesse sido de 7%, então 24 dos 91 bancos testados teriam falhado os testes de stress”, disse o responsável de investimento em dívida do Morgan Stanley, Andrew Sheets numa “conference call” citada pela Bloomberg.
Se a exigência de capital tivesse sido de 7%, então 24 dos 91 bancos testados teriam falhado os testes de stress.

Andrew Sheets, estratega-chefe de investimento do Morgan Stanley à Bloomberg.


Já Lothar Mentel, CEO do Octopus Investment, disse que basta que “se tivéssemos pelo menos um banco que os mercados não esperassem realmente não esperassem, a falhar os testes, isso teria dado credibilidade aos testes”.

Além disso, apenas as obrigações que estivessem registadas como activos de “trading” teriam de ter o seu preço actualizado em função do preço das obrigações no mercado. Em alternativa, os bancos puderam classificar essa dívida como um activo para manter até à maturidade, pelo que não teriam de registar as perdas no balanço.

“O facto de os activos detidos em balanço não terem sido testados vai ser visto como uma fraqueza”, disse o chefe de investimentos do Royal London Asset Management, Robert Talbut à Bloomberg. Não creio que os testes venham a resolver o que quer que seja”, acresentou o responsável.

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