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Soares da Costa é a mais cara da bolsa
A Soares da Costa tornou-se a acção mais «cara» da Bolsa de Lisboa. A construtora voltou ontem a ser a principal protagonista da sessão, ao somar 6,94%, com mais de 10 milhões de euros negociados, noticia hoje o Jornal de Negócios.
A Soares da Costa tornou-se a acção mais «cara» da Bolsa de Lisboa. A construtora voltou ontem a ser a principal protagonista da sessão, ao somar 6,94% com mais de 10 milhões de euros negociados. No espaço de cinco dias, a construtora acumula uma valorização de 28%.
Com aquele disparo, a Soares da Costa é a empresa da bolsa com o «Price Earnings Rácio» (PER) – o rácio entre o preço e os lucros por acção – mais elevado. Ou seja, é a acção pela qual se paga mais pelos lucros, o que na gíria do mercado, significa que a empresa está «cara».
Com a subida de ontem, que levou a cotação até aos 0,77 euros, os investidores estão a pagar 75,67 vezes os lucros da construtora. Um valor que compara com os 8,26 do índice PSI Geral, onde estão todas as empresas da Eurolist da Euronext Lisbon.
O PER da Soares da Costa é ainda muito superior ao do restante sector, um dos mais representados no mercado accionista português. O rácio da Mota-Engil é de apenas 28 vezes e o da Teixeira Duarte de 5,75 vezes.
Entre as pequenas empresas com bom desempenho este ano, não é só a Teixeira Duarte que está «cara». Com o mercado a pagar 30,5 vezes os lucros, a Altri, que duplicou de preço desde o início do ano, também se situa muito acima dos 8 do índice PSI Geral. Com um PER de 18,21, o Banif é o banco mais caro da bolsa, acima do BPI (15,11), do BES (14,43) e do BCP (9,79).
Olhando para as empresas da Eurolist conclui-se que as pequenas capitalizações, que lideraram os ganhos nos últimos anos, têm um PER mais elevado que as maiores cotadas do mercado português. Entre os chamados pesos pesados, a Portugal Telecom, alvo de uma OPA, é a que tem o rácio mais elevado: 16,91 vezes, surgindo na 22ª posição entre as empresas da Bolsa com o PER mais elevado. Com um PER de 10,76 vezes, a EDP surge em 30º lugar. O_BCP aparece na 32ª posição.
A análise ao PER, um dos indicadores utilizados pelos analistas para avaliar a oportunidade de investir num título, pode indiciar que as pequenas empresas da Bolsa de Lisboa estão a ficar «caras» e logo pouco atractivas. Será que, como acreditam os analistas, chegou a vez das grandes capitalizações liderarem?