Notícia
Saiba mais sobre a moeda virtual
A "bitcoin" saltou da sombra que a caracterizou nos primeiros anos e já é usada em algumas lojas.
O que é a "bitcoin"?
É uma moeda digital que pode ser utilizada para fazer pagamentos de forma rápida e gratuita entre pessoas ou empresas. Não é a primeira moeda virtual alguma vez criada, mas é única porque não tem uma entidade responsável pela sua emissão (como um banco central).
Como se obtém "bitcoins"?
A criação progressiva de novas moedas acontece quando alguém "empresta" o seu computador para correr uma aplicação gratuita que, de forma autónoma, tenta quebrar um código matemático complexo. Esse computador está a contribuir com recursos computacionais para que sejam registadas as transacções que estão a ser feitas entre terceiros, um pouco por todo o mundo. Todos os utilizadores estão, ao mesmo tempo, a tentar "quebrar" um só código, mas à medida que alguém consegue avançar, recebe "bitcoins".
O que lhes confere valor?
Ao contrário do dinheiro comum, em que existe um princípio de confiança de que não será emitida moeda em demasia (de forma a lhe retirar valor), ao comprar "bitcoins" está-se a confiar no modelo que foi criado e a acreditar que cada vez mais utilizadores em todo o mundo vão querer dedicar-se à busca da resolução do problema matemático. Além disso, os criadores garantem que o modelo foi desenhado de forma a que apenas seja possível "minar" 21 milhões de "bitcoins", no total.
Quanto vale uma "bitcoin"?
Em teoria, porque o modelo está concebido de forma a que seja cada vez mais difícil e moroso obter novas moedas "minando" o código, o valor intrínseco tende a subir, até porque a quantidade que alguma vez poderá ser criada é finita. Contudo, porque há quem tenha "bitcoins" em sua posse e esteja disposto a trocá-las por dinheiro comum, existe um mercado onde cada "bitcoin" está avaliada em cerca de 600 dólares. A volatilidade tem sido imensa nos últimos dias, mas regista-se um aumento de mais de 4.000% face à cotação do início do ano, em dólares.
É uma moeda anónima?
Essa é uma das suas características principais. E que tem valido à "bitcoin" críticas de que serve para crimes de lavagem de dinheiro e para a compra de bens e serviços ilegais. No entanto, apesar de uma pessoa poder ter várias "carteiras" e de estas não serem associadas a uma identidade, todos os negócios com "bitcoins" são registados e validados pelos computadores que estão na rede "bitcoin".
A "bitcoin" é uma moeda para comprar drogas e contratar crimes?
As características da "bitcoin" têm sido aproveitadas por criminosos que navegam o submundo da Internet e é conhecido que lojas "on-line" como a Silk Road - que foi fechada pela polícia em Outubro por estar ligada ao comércio de drogas ilegais. Mas o fecho da Silk Road está a ser visto por alguns como um sinal de que as autoridades estão a encarar a "bitcoin" como uma divisa legítima e que estão a combater crimes da mesma forma que combatem actividades ilegais envolvendo "dinheiro comum".
Quem está a comprar "bitcoins"?
Desde que a popularidade das "bitcoin" começou a crescer surgiram vários fundos - um dos quais ligado aos irmãos gémeos Winklevoss, que estiveram ligados à fundação do Facebook - que aplicam recursos a "minar" novas "bitcoins" e a negociá-las. Nas últimas semanas, têm surgido notícias de que da China está a vir uma elevada procura pela moeda.
O que se pode comprar com "bitcoins"?
Estima-se que muitas "bitcoins" sejam utilizadas em jogo "on-line" e na compra de outros serviços na Internet. Mas é possível adquirir cada vez mais bens físicos com "bitcoins". Ficou célebre nos últimos meses a história de um casal norte-americano, Austin Craig e Beccy Bingham-Craig, que percorreu vários países em três Continentes gastando apenas "bitcoins" nas estadias e em restaurantes.