Notícia
Preço do petróleo a subir impulsionado por ondas de instabilidade no Mar Vermelho
A escalada do preço do "ouro negro" deve-se ao aumento dos receios de uma disrupção no fornecimento em face da instabilidade no Mar Vermelho. Mas, na equação, parece entrar outra variável: a expectativa de um aumento da procura com a chegada do Ano Novo Chinês em fevereiro.
Os preços do petróleo subiram mais de 1% esta terça-feira, dia 2 de janeiro, alimentados pelos receios de disrupção no fornecimento, depois de um contratorpedeiro iraniano ter entrado, no domingo, no Mar Vermelho, agudizando a tensão na região marcada por ataques a navios por parte de rebeldes houthis do Iémen.
Na primeira sessão de 2024, esta terça-feira, o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, para entrega em março, chegou a subir 1,8% cotando-se nos 78,43 dólares por barril, enquanto West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, com entrega para fevereiro, a aumentar 1,62% para 72,81 dólares por barril.
Aliás, segundo a Bloomberg, o barril de Brent chegou mesmo a escalar 2,6% tocando os 79 dólares, antes de perder parte desse ganho. Pelas 14:45 (hora de Lisboa) os preços de ambos estavam, porém, relativamente estáveis, com oscilações ligeiras.
A escalada do preço do "ouro negro" deve-se ao aumento dos receios de uma disrupção no fornecimento em face da instabilidade no Mar Vermelho. Gigantes do transporte marítimo, como a dinamarquesa Maersk, suspenderam as viagens por aquela rota na sequência dos ataques de que foi alvo no no fim de semana, privilegiando percursos mais longos, com tudo o que implica, desde logo porque redirecionar os navios não só implica mais tempo, como sai mais caro.
Aliás, aguarda-se uma decisão da Maersk sobre se retoma o tráfego pelo Canal do Suez, depois de ter suspendido o trânsito por dois dias no domingo.
Em causa estão ataques das milícias houthis do Iémen, que têm como alvos navios que passem pelo Mar Vermelho para mostrar o seu apoio ao grupo islâmico Hamas, que luta em Gaza contra Israel.
Cerca de 30% do comércio mundial de contentores passa pelo Canal do Suez que figura como uma importante rota particularmente para o transporte de crude e combustíveis da região do Golfo em direção ao Mediterrâneo, seja através do Canal do Suez, ou do oleoduto SUMED – que vai do mar Vermelho até ao Mediterrâneo, atravessando o Egito.
"Prevê-se que as tensões geopolíticas em curso alavanquem os preços", observou Priyanka Sachdeva, analista de mercado sénior da corretora Phillip Nova em Singapura, referindo-se ao Mar Vermelho. Em declarações reproduzidas pelo The Strait Times, de Singapura, a especialista assinala também que "uma recuperação da China é também uma fonte de preocupação para quem transaciona petróleo".
Segundo dados compilados pela Reuters junto de analistas, a 29 de dezembro, o barril de Brent do Mar do Norte devia cotar-se, em média, em 2024, nos 82,56 dólares por barril, ou seja, ligeiramente superior à média de 82,17 dólares de 2023, considerando que as tensões políticas irão permanecer, mas que procura seria limitada pelo fraco crescimento global.
O petróleo arrancou o novo ano em terreno positivo, depois de ter encerrado 2023 com uma queda de mais de 10%.
Os preços do petróleo foram penalizados por uma maior oferta de crude por parte de países externos à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) aliada às perspetivas de menor procura. E, apesar de os cortes de produção por parte da OPEP+ e a guerra entre o grupo radical Hamas e Israel terem amparado a queda, mostraram-se insuficientes para um ganho anual.
Para participar no Fórum do Caldeirão de Bolsa dedicado ao à insegurança no Mar Vemelho clique aqui.
Na primeira sessão de 2024, esta terça-feira, o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, para entrega em março, chegou a subir 1,8% cotando-se nos 78,43 dólares por barril, enquanto West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, com entrega para fevereiro, a aumentar 1,62% para 72,81 dólares por barril.
A escalada do preço do "ouro negro" deve-se ao aumento dos receios de uma disrupção no fornecimento em face da instabilidade no Mar Vermelho. Gigantes do transporte marítimo, como a dinamarquesa Maersk, suspenderam as viagens por aquela rota na sequência dos ataques de que foi alvo no no fim de semana, privilegiando percursos mais longos, com tudo o que implica, desde logo porque redirecionar os navios não só implica mais tempo, como sai mais caro.
Aliás, aguarda-se uma decisão da Maersk sobre se retoma o tráfego pelo Canal do Suez, depois de ter suspendido o trânsito por dois dias no domingo.
Em causa estão ataques das milícias houthis do Iémen, que têm como alvos navios que passem pelo Mar Vermelho para mostrar o seu apoio ao grupo islâmico Hamas, que luta em Gaza contra Israel.
Cerca de 30% do comércio mundial de contentores passa pelo Canal do Suez que figura como uma importante rota particularmente para o transporte de crude e combustíveis da região do Golfo em direção ao Mediterrâneo, seja através do Canal do Suez, ou do oleoduto SUMED – que vai do mar Vermelho até ao Mediterrâneo, atravessando o Egito.
China também "mexe" com crude
O The Guardian refere que há, no entanto, uma segunda razão que pode estar a levar a uma subida dos preços do petróleo:a esperança depositada numa forte procura na China, durante o Ano Novo Chinês, que tem lugar em fevereiro, e num estímulo económico da segunda maior potência mundial, que é o maior importador de crude."Prevê-se que as tensões geopolíticas em curso alavanquem os preços", observou Priyanka Sachdeva, analista de mercado sénior da corretora Phillip Nova em Singapura, referindo-se ao Mar Vermelho. Em declarações reproduzidas pelo The Strait Times, de Singapura, a especialista assinala também que "uma recuperação da China é também uma fonte de preocupação para quem transaciona petróleo".
Segundo dados compilados pela Reuters junto de analistas, a 29 de dezembro, o barril de Brent do Mar do Norte devia cotar-se, em média, em 2024, nos 82,56 dólares por barril, ou seja, ligeiramente superior à média de 82,17 dólares de 2023, considerando que as tensões políticas irão permanecer, mas que procura seria limitada pelo fraco crescimento global.
O petróleo arrancou o novo ano em terreno positivo, depois de ter encerrado 2023 com uma queda de mais de 10%.
Os preços do petróleo foram penalizados por uma maior oferta de crude por parte de países externos à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) aliada às perspetivas de menor procura. E, apesar de os cortes de produção por parte da OPEP+ e a guerra entre o grupo radical Hamas e Israel terem amparado a queda, mostraram-se insuficientes para um ganho anual.
Para participar no Fórum do Caldeirão de Bolsa dedicado ao à insegurança no Mar Vemelho clique aqui.