Notícia
2023 é de ganhos para as ações europeias, ouro e euro. Petróleo recua perto de 10%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
Stoxx 600 sobe mais de 12% em ano de ganhos na Europa
A última sessão do ano terminou amena, com as bolsas europeias entre ganhos e quedas. Mas, depois de um 2022 marcado por perdas, o ano que agora termina trouxe boas novas às bolsas europeias.
O Stoxx 600, referência para a região, terminou 2023 nos 479,02 pontos, o que representa uma valorização de 0,2% face ao fecho de quinta-feira e de 12,74% face à última sessão do ano anterior. Trata-se do melhor resultado anual desde 2021, em que avançou mais de 20%.
E o cenário positivo repetiu-se nas principais praças europeias, com o Ibex 35 a arrecadar o melhor ano desde 2009. A bolsa espanhola valorizou 22,76% ao longo deste ano, superando o resultado conseguido há 14 anos (29,84%).
Mas o maior ganho anual foi mesmo na praça italiana, com o FTSE Mib a subir 28,03% no acumulado do ano. Isto depois de no ano anterior ter desvalorizado mais de 13%.
Já o francês CAC-40 valorizou 16,52%, o alemão Dax 30 somou 20,31% e o AEX, em Amesterdão, avançou 14,2%. O britânico FTSE 100, que em 2022 foi o único a conseguir terminar com saldo positivo - embora com ganhos muito ligeiros -, foi o que pior desempenho teve este ano (somou 3,78%).
As bolsas europeias beneficiaram de um maior otimismo quanto ao alívio da política monetária, com os investidores a mostrarem-se cada vez mais confiantes de que as taxas de juro vão começar a descer em 2024. Uma inflação mais baixa e uma maior resiliência das economias europeias também contribuíram para o sentimento, ofuscando as preocupações quanto à recuperação da China.
Juros agravam-se na Zona Euro
A "yield" da dívida portuguesa com maturidade a dez anos subiu 7,4 pontos base para 2,595%, o que representa um alívio de 97,7 pontos face à última sessão do ano passado. Já os juros das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, agravaram-se 7,8 pontos base para 2,019%, menos 53,9 pontos em 2023.
A rendibilidade da dívida pública italiana aumentou 9,4 pontos base para 3,681% (menos 100 pontos base face ao início do ano) e os juros da dívida francesa e espanhola subiram 8,4 pontos para 2,554% e 2,970%, respetivamente, tendo também aliviado ao longo do ano.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica, também a dez anos, aumentaram 3,5 pontos base para 3,522%.
Petróleo valoriza mas não escapa a perdas anuais
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, valoriza 0,52% para 72,14 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, sobe 0,57% para 77,59 dólares por barril.
Mas a história é outra no acumulado do ano, com o "ouro negro" a caminho de fechar o pior ano desde 2020. Tanto o WTI, como o Brent do Mar do Norte registam perdas de cerca de 10%, após dois anos consecutivos de ganhos.
Os preços do petróleo foram penalizados por uma maior oferta de crude por parte de países externos à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) aliada às perspetivas de menor procura. E, apesar de os cortes de produção por parte da OPEP+ e a guerra entre o grupo radical Hamas e Israel terem amparado a queda, mostraram-se insuficientes para um ganho anual.
Euro desliza ligeiramente face ao dólar mas fecha ano com ganhos
O euro está a desvalorizar ligeiramente face à divisa norte-americana, num dia marcado por um menor volume de negociação. A moeda única europeia perde 0,05% para 1,1056 dólares.
Apesar de estar a ganhar ligeiramente face ao euro a esta hora, o dólar acumula perdas anuais de mais de 3%, tratando-se do pior ano desde 2020. Isto depois de ter valorizado mais de 7% em em 2021 e mais de 6% no ano passado.
A maior parte das perdas materializou-se no quarto trimestre, altura em que ganhou mais força a expectativa de um corte dos juros mais acentuado por parte da Fed no próximo ano. Os investidores esperam agora uma redução dos juros em pelo menos 150 pontos base, com a primeira a ocorrer em março.
"Os mercados estão a posicionar-se para um cenário em que tudo está alinhado, em que a Fed vai descer os juros o suficiente para estimular a economia sem impulsionar novamente as pressões inflacionistas. Isso está a condicionar o desempenho do dólar", afirmou Amanda Sundstrom, analista da SEB AB, à Bloomberg.
Ouro com primeiro ganho anual em três anos
O ouro "spot" negociou na linha d'água, com uma queda ligeira na última sessão de 2023, de 0,03% para 2.064,99 dólares por onça.
Apesar disso, o metal amarelo caminha para fechar o primeiro ano com ganhos desde 2020, acumulando uma valorização de mais de 13%. Isto depois de perdas de 0,28% em 2022 e de 3,64% em 2021.
O metal precioso beneficiou da perspetiva de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai começar a aliviar a política monetária no próximo ano. O dólar mais fraco também tem contribuído para os ganhos do ouro que, por ser cotado na nota verde, se torna mais atrativo para quem negoceia com outras moedas.
Noutros metais, o paládio perde 2,39% para 1.108,55 dólares e a platina cai 0,18% para 1.005,41 dólares.
Wall Street arranca última sessão do ano em tom positivo
As bolsas norte-americanas arrancaram a última sessão do ano em terreno positivo, impulsionadas pela expectativa de que 2024 trará mais cortes das taxas de juro do que o esperado.
O S&P 500 valoriza 0,02% para 4.784,37 pontos, mantendo-se próximo do seu recorde (4.796,56 pontos) à boleia do "boom" da inteligência artificial. O industrial Dow Jones soma 0,04% para 37.723,75 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite sobe 0,08% para 15.107,29 pontos.
Depois de um 2022 marcado por perdas, os índices norte-americanos caminham para fechar este ano com uma valorização de dois dígitos. O S&P 500 já arrecada ganhos de mais de 24%, o Nasdaq Composite de 44% e o Dow Jones de 13%.
A narrativa de que os bancos centrais vão aliviar a política monetária de forma significativa em 2024 impulsionou ganhos sólidos nas ações e obrigações nos últimos dois meses.
"A ideia de que os principais bancos centrais fizeram tudo o que podiam para conter o surto inflacionista de 2022-2023 está a impulsionar o 'rally'", afirmou Brian Barish, responsável pelo investimento na Cambiar Investors, à Bloomberg.
Apesar das preocupações quanto a um sentimento de sobrecompra no mercado, que, caso se confirme, será sucedido por uma correção, a subida em bolsa mantém-se neste final de ano. Para Quincy Krosby, responsável pela estratégia global da LPL Financial, o mercado dá sinais de "cansaço" e é necessária alguma "consolidação". Contudo, diz, "enquanto a participação se mantiver ampla, o sentimento 'bullish' deverá aguentar os índices durante problemas domésticos e geopolíticos".
Europa pinta-se de verde antes de fechar melhor ano desde 2021
A Europa começou a última sessão de 2023 no verde, com o Stoxx 600 prestes a fechar o melhor ano desde 2021, numa altura em que reina a convicção no mercado de que 2024 será o ano de corte dos juros diretores, depois de um ciclo de aperto monetário.
O índice de referência do bloco valoriza 0,21% para 479,09 pontos, estando prestes a terminar o ano com um ganho de aproximadamente 13%.
Entre os 20 setores que compõem o "benchmark", as ações de media e artigos para o lar comandam os ganhos, enquanto apenas o setor do imobiliário negoceia no vermelho.
Entre as principais praças europeias, Frankfurt soma 0,22%, Paris sobe 0,43% e Londres arrecada 0,12%. Milão acumula 0,38%, estando a caminho de ser a praça entre as principais bolsas a registar o melhor ano, a subir cerca de 28% em 2023.
Amesterdão valoriza 0,42% e Madrid soma 0,20%. Por cá, a bolsa de Lisboa inverteu a tendência verificada nos primeiros minutos de negociação e segue a tendência das principais praças, ao somar 0,14%.
As ações da Rolls-Royce cedem 0,10%, ainda que estejam prestes a tornar-se a estrela do Stoxx 600 este ano, tendo mais que duplicado o seu valor em bolsa (219,10%).
Por outro lado, a Worldline ganha 0,13% esta sexta-feira, ainda que no acumulado do ano e até ao momento tenha registado o pior desempenho do "benchmark" europeu com um "trambolhão" de 56,76%.
Juros agravam-se na Zona Euro pelo segundo dia. Investidores viram-se para o risco
Os juros agravam-se na Zona Euro, pela segunda sessão consecutiva, num dia marcado por um maior apetite pelo risco.
A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – referência para o bloco – agrava-se 4,2 pontos base para 1,983%, mantendo ainda assim abaixo da fasquia dos 2%.
Os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade somam 3,7 pontos base para 2,559%.
A taxa de rendibilidade interna das obrigações espanholas, que vencem em 2033, sobe 3,7 pontos base para 2,923%.
A "yield " da dívida italiana a 10 anos soma 2,2 pontos base para 3,609%, estando o "spread" face ao "benchmark" em 162,3 pontos base, quase metade daquela que é considerada a "linha vermelha" do BCE, ou seja, os 250 pontos base.
Iene a caminho do melhor mês contra o dólar
O iene negoceia na linha de água contra o dólar (0,05%), com os investidores a terem de pagar 141,5110 divisas nipónicas por dólar.
Numa ótica mais ampla, o iene está prestes a registar o maior ganho mensal deste ano face ao dólar, numa altura em que o mercado aponta para que o Banco do Japão comece a subir os juros diretores – retirando-os assim de terreno negativo – a partir do próximo ano.
O renmimbi negoceia também praticamente inalterado face à nota verde (0,05%), com dada dólar a valer 7,1197 moedas chinesas, negociando em máximos de junho.
O dólar negoceia também perto da linha de água (0,06%) para 0,9042 euros, numa altura em que o mercado de derivados aponta para uma probabilidade de mais de 80% que os cortes na taxa dos fundos federais comece até março do próximo ano.
Face a um cabaz de divisas, o índice do dólar da Bloomberg está inalterado (0,02%) em 101,246 pontos.
Ouro em alta com "quase certeza" de cortes de juros até março e após emissão de dívida
O ouro valoriza 0,30% para 2.071,75 dólares por onça, estando prestes a fechar a semana e o ano em terreno positivo.
O metal amarelo soma ganhos, depois de os juros da dívida norte-americana terem agravado, após a mais recente emissão de dívida do Tesouro, a sete anos, ter registado uma procura que não foi tão forte como em outras colocações mais recentes.
O metal precioso tem sido impulsionado pelas perspetivas otimistas de cortes juros diretores nos EUA no próximo ano. No mercado de "swaps", o otimismo tem se reforçado de tal ordem, que os preços dos contratos já incorporam a possibilidade de 83% de que a redução comece já até março.
Petróleo corrige depois da queda pressionada pelos "stocks" de crude nos EUA
O petróleo soma ganhos, corrigindo as quedas desta quinta-feira, quando o ouro desvalorizou à boleia dos mais recentes dados sobre os "stocks" de crude nos EUA.
Ainda que os "stocks" tenham recuado a nível nacional, as reservas no centro de armazenamento de Cushing, em Oklahoma, cresceram pela 11.ª semana, alcançando máximos de agosto, o que acabou por pressionar os preços da matéria-prima esta quinta-feira.
Entretanto, esta sexta-feira a tendência inverteu-se. O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – soma 0,56% para 72,17 dólares por barril.
Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – valoriza 0,69% para 77,68 dólares por barril.
Ásia fecha mista. Europa aponta para uma última sessão do ano pintada de verde
A Ásia terminou a sessão de forma mista. Pela China, Xangai valorizou 0,6% enquanto Hong Kong caiu 0,11%. No Japão, o Nikkei perdeu 0,22% e o Topix subiu 0,19%. Na Coreia do Sul, o Kospi arrecadou 1,6%.
As ações asiáticas viveram um ano resiliente, na ótica do calendário gregoriano, com os ganhos a somarem-se de forma acentuada nos últimos meses, com a perspetiva de cortes de juros diretores pela Reserva Federal (Fed) norte-americana já no próximo ano.
Na Europa, os futuros apontam para que o arranque da última sessão do ano também seja em alta. Os derivados sobre o Euro Stoxx 50 ganham 0,15% e sobre o alemão DAX crescem 0,18%.
Estado o ano a terminar, os investidores já estão centrados nos contratos de futuros que vencem em março do próximo ano.