O preço do "brent" deverá oscilar em redor dos 60 dólares por barril durante o resto do ano, em consequência das limitações do lado da produção e da capacidade da economia de sustentar os preços elevados, dizem os analistas do Centre for Global Energy Studies.

O crescimento da economia mundial permaneceu robusto apesar dos preços recorde atingidos pelo crude, o que tem impediu uma quebra nas cotações do petróleo, mesmo tendo em conta a quebra na procura de combustíveis, lê-se no relatório mensal do CGES.

Agora os analistas acrescentam que o nível da procura mundial de petróleo vai voltar a subir, o que poderá manter os preços em valores recorde. «O crescimento da procura de crude deverá ser de menos de 1,5% ao longo do ano. No entanto, num ambiente de limitações da oferta, mesmo este nível de crescimento da procura é suficiente para manter o mercado nervoso e os preços em níveis elevados», dizem os analistas.

A previsão do CGES é então de que o «brent» seja negociado nos 60 dólares durante os próximos meses, tendo em conta os problemas na produção e a expectativa de continuação do crescimento económico mundial. No entanto, o preço poderá disparar caso a produção dos países não pertencentes à Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) fique abaixo do esperado, dizem os analistas.

«Assumimos um crescimento da procura de 1,2 milhões de barris diários ao longo do ano. Mas e se a procura for maior (em 30 mil barris diários) e os fornecimentos dos fornecedores ‘não-OPEP’ forem menores (em cerca de 30 mil barris diários)?. Nessas condições o ‘brent’ continuará a subir e poderá tocar os 77 dólares em Dezembro», refere o documento.

A situação inversa – crescimento abaixo do esperado da procura e aumento da produção dos países não-OPEP – poderá trazer o preço do «brent» para os 43 dólares por barril em Dezembro.