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Petróleo venezuelano vai abastecer a Europa

Estados Unidos deram luz verde a Caracas para enviar petróleo para Itália e Espanha, que abastecerão os restantes países europeus. Trocas de petróleo por dívida são assim recuperadas. Reposta é alternativa ao petróleo russo.

Com a revisão da “baseline”, vão entrar mais 32.000 barris/dia.
Sascha Steinbach/Epa
05 de Junho de 2022 às 15:15
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A petrolífera italiana Eni e a espanhola Repsol  vão começar receber petróleo venezuelano e enviá-lo para os restantes países europeus já no próximo mês, de forma a compensar o bloqueio às importações russa. A notícia é avançada pela Reuters, que cita cinco fontes próximas do dossiê.

As trocas de petróleo por dívida com a Venezuela são retomadas após dois anos, depois de os Estados Unidos terem endurecido as sanções contra o regime de Nicolas Maduro.

O volume de petróleo que a Eni e a Repsol deverão receber não será grande, de acordo com uma das fontes contactadas pela Reuters, e qualquer impacto nos preços globais do petróleo será modesto. Mas a luz verde de Washington para retomar os fluxos de petróleo congelados da Venezuela para a Europa pode fornecer um impulso simbólico para o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

O Departamento de Estado dos EUA deu aval por carta para que Eni e Repsol retomem os embarques, de acordo com as mesmas fontes. O governo de Joe Biden espera que o petróleo venezuelano possa ajudar a Europa a reduzir a dependência face à Rússia e redirecionar algumas das cargas da Venezuela que seguiriam para a China. Convencer Maduro a reiniciar as negociações políticas com a oposição da Venezuela é outro objetivo, disseram duas fontes à Reuters.

As duas petrolíferas europeias, que têm joint ventures com a estatal venezuelana de petróleo PDVSA, podem contabilizar as cargas de petróleo bruto para dívidas não pagas e dividendos atrasados, disseram as pessoas. Uma condição-chave, segundo uma das fontes, era que o petróleo recebido "tenha que ir para a Europa". "Não pode ser revendido em outro lugar", adiantou a mesma fonte citada pela Reuters.

Washington acredita que a PDVSA não beneficiará financeiramente dessas transações por troca de dívida, ao contrário das atuais vendas de petróleo da Venezuela para a China,  segundo uma fonte. A China não assinou as sanções ocidentais contra a Rússia e continuou a comprar petróleo e gás russos, apesar dos apelos dos EUA e da Europa.

As autorizações para a Eni e Repsol surgiram no mês passado, mas os detalhes e as restrições de revenda só agora foram detalhados. Contactadas pela Reuters, as duas petrolíferas não fizeram comentários.

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