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Magnata chinês do níquel garante solidez do negócio apesar de perdas colossais em bolsa

A Tsingshan sofreu perdas potencialmente bilionárias por apostar no declínio dos preços do níquel que dispararam para níveis recorde. Empresas que giram à sua volta sofrem desvalorizações em bolsa, mas magnata chinês garante estar tudo bem.

09 de Março de 2022 às 11:00
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O magnata chinês por detrás da Tsingshan, a maior produtora de níquel do mundo, garante que o negócio está sólido com o apoio do Estado, apesar de as empresas relacionadas ou que orbitam à sua volta já terem perdido mais de 7,3 mil milhões de dólares de valor de mercado, à medida que os investidores reavaliam as suas ligações com as 'más apostas' feitas na London Stock Exchange (LSE), noticia o South China Morning Post (SCMP).


A Zhejiang Huayou Cobalt, produtora de cobalto que tem investimentos conjuntos com a Tsingshan, designadamente num projeto de refinamento de níquel na Indonésia, caiu 10% pelo segundo dia consecutivo, esta quarta-feira, na bolsa de Xangai, diminuindo a sua capitalização de mercado no equivalente a 4,1 mil milhões de dólares.

Já a China Molybdenum deslizava 3,9% na praça de Xangai e 9% na de Hong Kong, enquanto a CNGR Advanced Material e a GEM desvalorizava mais de 2% em Shenzen. A Nickel Mines, por seu turno, chegou a afundar até 23% em Sydney antes de as negociações em bolsa serem suspensas. Segundo o jornal de Hong Kong, as quedas varreram aproximadamente 3,2 mil milhões de dólares do valor das quatro empresas. 

De acordo com a Bloomberg, a Tsingshan sofreu perdas potencialmente bilionárias por apostar no declínio dos preços do níquel, já que, em sentido contrário, o níquel disparou esta semana, atingindo o preço mais elevado de sempre, ficando acima dos 110 mil dólares por tonelada.

A Tsingshan terá fechado parte das suas posições vendidas na LME e estará a ponderar se abandona as suas 'más apostas', segundo a agência financeira. As negociações dos contratos na London Stock Exchange foram inclusive suspensas na terça-feira e algumas transações canceladas, depois de o preço do metal usado no fabrico de baterias de veículos elétricos ter subido até 250% em 24 horas.

"Os estrangeiros têm algumas ações e estamos a coordenar de forma ativa" com as partes envolvidas, afirmou o presidente da Tsingshan, Xiang Guangda, numa entrevista ao final do dia de terça-feira, citada pelo China Business News. "Recebi muitos telefonemas, e os departamentos e os líderes governamentais relevantes apoiam muito a Tsingshan", reforçou.

"A Tsingshan é uma empresa chinesa excelente e não há problemas com as suas posições ou operações", assegurou.

Xiang Guangda, de 64 anos, tem uma fortuna avaliada em 1,2 mil milhões de dólares, segundo o ranking da Forbes. O magnata ergueu a Tsingshan na cidade de Wenzhou, na província de Zheijiang, em 1988, dedicando-se ao fabrico de3 produtos de aço inoxidável e matérias-primas usadas na produção automóvel. Em 2018, a empresa tinha ao serviço 56 mil trabalhadores e o registo de vendas na ordem dos 28 mil milhões de dólares. Em 2020, teve lucros de 826 milhões de dólares.

O níquel para entrega em três meses foi negociado pela última vez a 48.063 dólares por tonelada em Londres, fechando um 'rally' de 131% este ano. O pico surge como parte do que tem acontecido com as 'commodities' em geral depois de a guerra Rússia-Ucrãnia ter alimentado ainda mais os receios relativamente a um colapso das cadeias de abastecimento.

A Rússia é responsável por aproximadamente 6% do abastecimento global de níquel, segundo a UBS, refere ainda o SCMP. As exportações de níquel refinado de Moscovo totalizaram 115 mil toneladas em 2020, com a maioria destinadas à China para a produção de aço inoxidável, segundo Susan Zou, analista sénior Rystad Energy.

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