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Líbano entra em “default” e não paga mais de mil milhões de euros de dívida

O Líbano vai falhar o pagamento de empréstimos de mais de mil milhões de euros, o primeiro incumprimento ("default") da sua dívida soberana.

Beirute, Líbano
EPA
07 de Março de 2020 às 18:27
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O primeiro-ministro libanês anunciou este sábado, 7 de março, que o Líbano vai falhar o pagamento de empréstimos de mais de mil milhões de euros, o primeiro incumprimento ('default') da sua dívida soberana.

 

Hassan Diab fez o anúncio do incumprimento no pagamento de 1,06 mil milhões de euros em Eurobonds, que vencem na segunda-feira, numa mensagem televisiva em que disse que o país vai tentar reestruturar a sua dívida.

 

"A dívida do Líbano é maior do que o país pode aguentar", disse o governante daquele país do Médio Oriente, citado pela AP, acrescentando que as reservas cambiais "chegaram a um estado crítico", o que levou o executivo a suspender o pagamento dos empréstimos para não deixar de providenciar serviços básicos ao povo.

 

Hassan Diab disse que "a decisão de suspender o pagamento é o único caminho para parar os atritos e proteger o interesse nacional, lançando ao mesmo tempo um programa abrangente de reformas".

 

O incumprimento marca um novo capítulo na crise económica e poderá ter repercussões no pequeno país, que arrisca ser alvo de ações legais pelos credores, o que pode agravar ainda mais a situação e colocar a economia libanesa à beira do colapso.

 

A libra libanesa já perdeu 60% do seu valor face ao dólar norte-americano no mercado negro, e os bancos impuseram controlos de capital restritivos ao levantamento de dinheiro e às transferências.

 

O Governo de Hassan Diab, empossado há seis semanas, está a "braços" com uma crise económica e financeira que levou a meses de protestos e rompeu a confiança no sistema bancário libanês, com a decisão de suspender o pagamento de 1,06 mil milhões de euros em Eurobonds a ser uma das primeiras decisões do novo executivo.

 

As opiniões sobre o pagamento da dívida dividem-se na sociedade libanesa, com os bancos, grandes credores do Estado, a defender o pagamento para proteger a reputação do país, e outras opiniões a defenderem a manutenção das reservas cambiais para importar trigo, petróleo e medicamentos para os próximos meses.

 

O Líbano tem registado, nos últimos anos, um baixo crescimento económico, altos níveis de desemprego e uma descida nos recebimentos de divisas fortes do estrangeiro.

No entanto, a crise financeira emergiu depois dos protestos de outubro do ano passado, contra a corrupção generalizada e décadas de má gestão por parte da classe política.

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