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JPMorgan cria índice "Volfefe" para medir impacto dos tweets de Trump
Os analistas do JPMorgan Chase criaram um índice próprio para medir o impacto que o Twitter do presidente dos Estados Unidos tem nos juros das obrigações do Tesouro do país.
O índice Volfefe – que tem este nome devido à expressão enigmática "covfefe" utilizada por Donald Trump num dos seus "tweets" – mostra que tudo aquilo que o presidente dos EUA partilha nesta rede social tem um impacto significativo nos juros da dívida soberana do país.
"A política comercial e monetária tornou-se um foco crescente para o poder executivo, e tudo, desde sentimentos casuais até intenções políticas formais têm sido disseminadas instantaneamente através desta rede social", disseram os analistas do JPMorgan, liderados por Josh Younger e Munier Salem.
"Como consequência, há uma série de ativos, desde ações até produtos macroeconómicos, que têm sentido uma dinâmica de preços que anda à boleia dos tweets do presidente", acrescentaram.
O número de movimentações no mercado que os "tweets" de Trump provocam tem aumentado nos últimos tempos e, grande parte das vezes, as mensagens que incluem palavras como "China", "biliões", "produtos", democratas" e "great", são as que mais afetam os preços, segundo os analistas.
Desde o início de 2016, o presidente dos EUA escreve cerca de 10 vezes por dia na sua conta de Twitter e já leva mais de 10.000 tweets desde 2017, de acordo com a análise do JPMorgan. A análise conclui ainda que nos últimos quatro meses o número tem intensificado.
Os analistas observaram as "yields" do Tesouro dos EUA cinco minutos após Donal Trump "tweetar" e o índice mostra a probabilidade de cada mensagem fazer mexer os mercados.
E tais movimentações são particularmente visíveis nas taxas a curto prazo, com as "yields" a dois e a cinco anos a serem mais impactadas do que as taxas com uma maturidade de dez anos.
O JPMorgan não está sozinho nesta análise aos tweets de Donald Trump. Também os analistas do Bank of America publicaram uma nota na semana passada concluindo que os dias em que o presidente está mais ativo tendem a ter um impacto negativo de 9 pontos base no mercado de dívida, em média. Nos dias mais calmos na conta oficial de Donald Trump a análise mostra um impacto positivo de 5 pontos base.