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Investidores tiraram 1,4 mil milhões de dólares dos mercados emergentes na última semana

A turbulência provocada pela crise na Turquia levou os investidores a retirarem dinheiro dos activos dos emergentes, em particular da África do Sul e da China.

AFP
Rita Faria afaria@negocios.pt 16 de Agosto de 2018 às 17:26

A crise na Turquia, que se agravou na semana passada com a disputa diplomática com os Estados Unidos, passou uma factura pesada aos mercados emergentes. De acordo com os dados do Institute of International Finance (IIF), só na última semana os investidores retiraram 1,3 mil milhões de dólares das acções dos mercados emergentes e 100 milhões do mercado obrigacionista.

 

Segundo o instituto, a retirada de investimentos concentrou-se sobretudo na África do Sul e na China, com uma saída de 600 milhões e 500 milhões, respectivamente.

 

No entanto, o ‘selloff’ chegou também à Malásia, Indonésia, Coreia do Sul, Filipinas e Vietname, ainda que a um ritmo mais moderado. "A turbulência provocada pelas crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Turquia pesou claramente no apetite dos investidores pelos activos dos mercados emergentes", escreve o IIF no seu relatório, citado pela Reuters.

 

Tailândia, Qatar e Brasil foram os únicos países do grupo que assistiram a uma entrada de dinheiro nos seus mercados de activos durante a semana passada.

A lira turca, que já vinha perdendo terreno face ao dólar nos últimos meses, acentuou a sua queda na semana passada, devido aos receios em torno da capacidade do banco central de controlar a inflação e estimular o crescimento e à disputa diplomática com os Estados Unidos, que resultou numa duplicação das tarifas sobre as importações turcas de aço e alumínio, anunciada por Donald Trump na sexta-feira.

Esse anúncio agravou o colapso da lira, que bateu sucessivos mínimos históricos, contagiando as divisas dos países emergentes e estimulando o ‘selloff’ nos mercados globais. O rand da África do Sul atingiu mínimos de mais de dois anos, e nem o euro escapou às perdas, tendo descido para mínimos de Julho de 2017 face ao dólar, sobretudo devido à exposição dos bancos europeus à Turquia.

Em resposta à duplicação das tarifas norte-americanas, Ancara anunciou esta quarta-feira que vai aumentar as taxas aduaneiras sobre a importação de um conjunto de bens dos Estados Unidos, incluindo álcool, tabaco e automóveis. As tarifas sobre os carros, por exemplo, sofrem um agravamento de 120%. 

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