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Garantia pública: BdP garante “trabalho contínuo” com Governo mas não emitiu parecer
“A recomendação prudencial é para levar muito a sério”, afirma o Governador do Banco de Portugal. Juros altos podem levar a queda de preços no setor imobiliário.
O Banco de Portugal não emitiu um parecer para a elaboração da garantia pública no crédito à habitação para jovens até aos 35 anos que o Governo quer implementar, afirmou nesta quarta-feira o Governador do Banco de Portugal.
Na conferência de imprensa de apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, Mário Centeno afirmou no entanto que "há trabalho contínuo com o Ministério das Finanças para esse fim", que deverá ser demorado, dado que existem várias entidades, incluindo o Banco Central Europeu, a serem ouvidas nesse âmbito.
O responsável pelo supervisor sublinhou ainda que a recomendação macroprudencial, segundo a qual os bancos não devem conceder mais de 90% do valor dos empréstimos, "é para ser levada muito a sério".
No Relatório de Estabilidade Financeira, o Banco de Portugal alerta ainda para o cenário de queda do preço do imobiliário devido aos juros altos do Banco Central Europeu (BCE) num quadro de evolução económica que pode ser pior do que a esperada.
"Um cenário de prolongamento da restritividade de política monetária e de agravamento das condições económicas poderá também originar uma redução dos preços no mercado imobiliário, por via do seu impacto sobre a procura", lê-se no documento.
No entanto, o impacto potencial de uma queda dessa natureza nos balanços dos bancos deverá ser limitado. "Os efeitos sobre o sistema bancário nacional deverão ser contidos. Apenas 5% da carteira de crédito à habitação dos bancos tem rácios ‘loan-to-value’ (LTV) superiores a 80%, o que mitiga o impacto de uma potencial descida dos preços deste mercado. No segmento comercial, a exposição do setor bancário é contida", constata o supervisor.
Na conferência de imprensa de apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, Mário Centeno afirmou no entanto que "há trabalho contínuo com o Ministério das Finanças para esse fim", que deverá ser demorado, dado que existem várias entidades, incluindo o Banco Central Europeu, a serem ouvidas nesse âmbito.
Preço do imobiliário pode cair mas impacto na banca será contido
No Relatório de Estabilidade Financeira, o Banco de Portugal alerta ainda para o cenário de queda do preço do imobiliário devido aos juros altos do Banco Central Europeu (BCE) num quadro de evolução económica que pode ser pior do que a esperada.
"Um cenário de prolongamento da restritividade de política monetária e de agravamento das condições económicas poderá também originar uma redução dos preços no mercado imobiliário, por via do seu impacto sobre a procura", lê-se no documento.
No entanto, o impacto potencial de uma queda dessa natureza nos balanços dos bancos deverá ser limitado. "Os efeitos sobre o sistema bancário nacional deverão ser contidos. Apenas 5% da carteira de crédito à habitação dos bancos tem rácios ‘loan-to-value’ (LTV) superiores a 80%, o que mitiga o impacto de uma potencial descida dos preços deste mercado. No segmento comercial, a exposição do setor bancário é contida", constata o supervisor.