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Fed revê em alta máximo para os juros, mas admite abrandar ritmo de subidas

Jerome Powell explicou que os dados económicos conhecidos desde a última reunião de política monetária nos EUA justificam que as taxas sejam mais altas do que anteriormente esperado.

Jerome Powell falou na questão da retirada de estímulos na conferência de imprensa que sucedeu à apresentação das decisões monetárias.
Joshua Roberts/Reuters
02 de Novembro de 2022 às 19:00
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A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos vai subir ainda mais as taxas de juro. O presidente Jerome Powell explicou, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária, que os últimos dados económicos levaram a uma revisão em alta no nível em que estarão os juros quando o ciclo de aumentos chegar ao fim.

"O nível final de taxas de juro será superior ao que esperávamos anteriormente", afirmou Jerome Powell, apontando a evolução da inflação, mercado trabalho e economia. "As nossas decisões vão depender totalmente dos dados que vamos recebendo e das implicações para o 'outlook' de atividade e inflação".

O índice de preços no consumidor nos EUA fixou-se, em setembro, em 8,2%, o que apoiou a decisão desta quarta-feira do comité de política monetária em subir a taxa de fundos federais em mais 75 pontos base, colocando o intervalo entre 3,75% e 4%. Foi o quarto aumento consecutivo desta dimensão.

"O histórico aconselha fortemente contra aliviar a política. Vamos continuar o curso até que o trabalho esteja feito", afirmou, sublinhando que é "muito prematuro" pensar em pausar o ciclo de subidas dos juros.

"A determinada altura, como já disse nas últimas duas conferências de imprensa, será apropriado abrandar o ritmo de aumentos para trazer a inflação de volta à meta de 2%. Há uma significante incerteza sobre o nível de taxas de juro, mas ainda temos caminho a percorrer", disse.

Ainda assim, o presidente da Fed admitiu que o comité poderá considera - até já em dezembro - aliviar a dimensão dos aumentos. Esse debate para determinar as próximas subidas de juros irá ter em consideração não só a inflação, mas também os desenvolvimentos económicos no país.

"É provável que reduzir a inflação implique um período sustentado de crescimento abaixo da tendência e de condições menos dinâmicas no mercado de trabalho", referiu Jerome Powell, sublinhando as implicações da estratégia em curso tanto para o crescimento económico como para o custo de vida das famílias.

A economia norte-americana recuperou no terceiro trimestre, depois de ter contraído durante os primeiros seis meses do ano. O PIB subiu 2,6%, ultrapassando as expectativas dos economistas, impulsionada por um estreitar do défice comercial, pelo aumento dos gastos com consumo e pela despesa pública.

"As ações de política monetária da Fed são guiadas pelo nosso mandato de estabilidade de preços para o povo americano. Os meus colegas e eu estamos perfeitamente cientes de que representam dificuldades significativas na medida em que deterioram o poder de compra, especialmente para aqueles que têm menos capacidades de fazer face a custos mais elevados de bens essenciais como alimentação, habitação ou transporte", admitiu.

Apesar de ver estas consequências, o presidente do banco central dos EUA defendeu que as implicações da inflação são mais gravosas, o que justifica manter o curso. Em simultâneo, a Fed está igualmente a reduzir a quantidade de dívida que tem no balanço para tentar refrear a liquidez na economia.

(Notícia atualizada às 19:15)
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