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"F&C vai passar a vender fundos fora do Millennium bcp"

A gestora de fundos inglesa, parceira do BCP, continuará a privilegiar o banco mas vai vender os seus fundos através de outras instituições para reforçar a sua marca e combater o assalto das concorrentes a Portugal.

01 de Fevereiro de 2007 às 12:27
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A gestora de fundos inglesa, parceira do BCP, continuará a privilegiar o banco mas vai vender os seus fundos através de outras instituições para reforçar a sua marca e combater o assalto das concorrentes a Portugal.

Está sempre a par dos melhores investimentos?

Tenho a minha opinião. Confesso ter uma atracção natural pelo sector financeiro. A nível de recomendações tenho uma equipa de analistas e "fund managers" que estão sempre a par das melhores aplicações. Cabe-me saber se estão a gerir bem as carteiras de investimento.

O negócio da gestão de activos tem um futuro risonho?

Penso que sim, porque esta actividade tem de ser cada vez mais deixada a cargo de profissionais. Isto porque, mesmo quem tem dicas de mercado, não saberá os momentos exactos de entrada ou de saída.

Há sempre a possibilidade de recorrer aos fundos de investimento?

Os fundos de investimento têm sempre uma vantagem: têm maior liquidez e, além disso, todos os dias ou semanalmente é publicada a sua valorização.

Que investimentos para 2007?

O que a empresa considera: acções com maior volatilidade. Será um ano bastante razoável, ou seja terão um retorno superior às obrigações e até ao "cash". Isto porque apesar de alguma tendência do abrandamento do crescimento económico, havia preocupação com a inflação, o preço das matérias primas nomeadamente petróleo, o decréscimo dos níveis de consumo nos Estados Unidos e a bolha imobiliária no mercado residencial americano. Estas pressões têm sido gradualmente aliviadas. O mercado incorporou as más notícias e os múltiplos dos mercados não estão altos.

Que áreas geográficas?

Europa, EUA e Japão.

E outros activos, caso dos "hedge funds"?

São investimentos com potencialidades elevadas e são um activo com potencialidade de crescimento.

Mas extremamente arriscados?

Sim, têm risco, mas há acções com mais risco do que os "hedge funds". Depende do tipo de perfil de investidor. É fundamental analisar a qualidade do gestor de fundos e processos de controlo de risco de gestão e operacionalidade. É preciso também ter em consideração que um "hedge fund" não tem a mesma liquidez do que um fundo de investimento.

Mas 2006 não foi um bom ano para os "hedge funds"?

Foi muito difícil. Assistimos a momentos de grande volatilidade e muitos chegaram mesmo a ter problemas de retorno.

Para 2007...

Os "hedge funds" não vivem da conjuntura de mercados. Por isso, não se deve fazer uma previsão. Aliás, mesmo com os mercados a descer um "hedge fund" pode ter retorno. Pode fazer melhor do que os índices. Os mercados, em média, fizeram 18%, enquanto a zona euro fez 20%. Recomendamos fundos de fundos. Dos vários tipos de "hedge funds" destacamos, com possibilidade de vir a ter um melhor desempenho, os "event driven funds (acontecimento), "hedge funds" na vertente de "fixed income" e "hedge funds" especializados em obrigações de empresas de alto risco, já em fase de incumprimento. Pode-se ainda destacar "hedge funds" especializados na volatilidade dos mercados.

Falando de "private equity"...

Está com menos penetração do que os "hedge funds" e tem menos visibilidade. Mas penso que o investidor português tem ficado mais predisposto para olhar para o tema como um mercado onde pode valer a pena estar e ter fundos a colocar. Os gestores de "private equity" olham para a Península Ibérica não só como uma fonte de angariação de investimento, mas também como originação de negócios.

Mas é um bom investimento?

Temos uma visão de longo prazo, mas diria que dá menos retornos no início e melhores numa fase de maturidade. Em média, entre 15% e 25%. Mas também podem haver retornos negativos. O problema das médias é, como referia um professor da faculdade: se tiver a cabeça no forno e os pés no congelador, o corpo terá uma temperatura agradável?

Qual o impacto das fusões e aquisições no "private equity"?

O "private equity", nomeadamente os grandes fundos, serão "players" activos do movimento de fusões e aquisições nas economias mais desenvolvidas no mundo.

Estratégia da F&C para Portugal?

Oferecer um bom nível de serviço ao cliente. Ao longo de 2007 pretendemos colocar os fundos da F&C nos canais de distribuição de arquitectura aberta.

Já têm fundos em Portugal?

Sim. Vamos registar mais e vamos também falar com as distribuidoras. No SICAV temos já vários subfundos de acções e obrigações. Cerca de 20.

Quanto pretendem vender?

O máximo possível. Ao contrário da concorrência, temos uma base de negócio, fruto da nossa parceria com o Millennium bcp. A nossa ideia é criar notoriedade da marca.

Porquê agora?

Porque tínhamos uma sólida base de negócio. A nossa prioridade continua a ser a prestação de um bom serviço aos nossos parceiros. Depois, porque os nossos concorrentes, a maioria sediada em Londres, "atacaram" o mercado português, por isso sentimos necessidade de dar uma maior visibilidade à marca F&C.

* A jornalista viajou a convite da F&C

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