A taxa Euribor a 6 meses ultrapassou hoje a fasquia dos 4,5% pela primeira vez desde Junho de 2001, estando a cotar meio ponto percentual acima da taxa de referência do BCE. A crise do mercado hipotecário está afectar aquela que é uma das taxas mais usadas em Portugal para a contracção de crédito à habitação.

A Euribor a 6 meses subiu hoje pela sétima sessão consecutiva, tendo-se fixado nos 4,516%, o nível mais elevado desde Junho de 2001.

A crise que se vive no segmento do norte-americano de "subprime" levou a um forte aumento no custo do crédito, com os bancos a exigirem taxas de juro muito elevadas para emprestarem dinheiro.

A taxa "overnight", utilizada pelos bancos para emprestarem dinheiro entre si, atingiu ontem, em dólares, os 5,86%, o valor mais elevado dos últimos seis anos, e que compara com os 5,35% de ontem.

Em euros, a taxa de juro atingiu os 4,62%, acima da taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE) que se situa nos 4% e mais alta que imediatamente a seguir aos ataques do 11 de Setembro.

A taxa de referência do BCE está actualmente fixada nos 4%, abaixo do valor de referência da Euribor a seis meses.

A Euribor a três meses saltou hoje para os 4,451%, a Euribor a 9 meses para os 4,568%, enquanto a taxa com maturidade a 12 meses sofreu uma ligeira correcção para os 4,633%.

Os analistas acreditam que a recente injecção de capital no mercado por parte do BCE é um sinal de que o ciclo de subida dos juros referência poderá estar a chegar ao fim.

Este cenário, caso se confirme, poderá levar amanhã a uma correcção das taxas bancária ou a um abrandamento na intensidade da subida.