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Eleições à porta levam bolsa grega para máximos de mais de um ano

O atual primeiro-ministro vai formalizar hoje o pedido de antecipação das eleições para o início de julho. A eventual derrota de Tsipras está a animar a bolsa de Atenas.

Bloomberg
10 de Junho de 2019 às 15:01
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A bolsa de Atenas está a valorizar mais de 3% nesta segunda-feira, 10 de junho, registando um desempenho superior às pares europeias que valorizam cerca de 0,5%. A subida deve-se à marcação de eleições antecipadas para 7 de junho, o que deverá ser formalizado hoje, e a potencial substituição do atual Governo do Syriza. 

A praça grega sobe 3,25% para os 2.162,01 pontos, negociando assim em máximos de 13 meses, ou seja, desde maio de 2018. Desde o início do ano, o FTASE acumula uma valorização de 33,48%, bem acima das subidas das restantes praças europeias. 

Um dos setores que mais valoriza (6,3%) é o da banca grega, segundo a Bloomberg. As ações do Piraeus Bank sobem mais de 10%, depois de o banco grego ter vendido 507 milhões de euros de crédito malparado de empresas.

Esta valorização da bolsa grega ocorre no dia em que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, irá visitar o Presidente da República, Prokopios Pavlopoulos, para pedir oficialmente a antecipação das eleições nacionais para 7 de julho. Originalmente, as eleições deveriam realizar-se em outubro.

Contudo, os resultados das eleições europeias, das regionais e das municipais levaram Tsipras a pedir eleições antecipadas. Em causa está a derrota do Syriza, o partido que governa desde 2015, face à vitória com uma margem de 10 pontos do partido conservador Nova Democracia liderado por Kyriakos Mitsotakis. O Syriza perdeu 600 mil votos face a 2015.

Logo a 26 de maio, dia em que se realizaram as eleições europeias, Alexis Tsipras anunciou a possibilidade de antecipação das eleições. No dia seguinte, perante a possibilidade da sua saída e a substituição por um partido mais moderado, os juros da dívida grega a 10 anos deslizaram para mínimos históricos, tendo ficado abaixo dos juros italianos no final do mês passado

A potencial saída do Syriza do poder e a entrada da Nova Democracia surge numa altura de maior confrontação de Atenas com os credores, já que Tsipras tem anunciado medidas de alívio da austeridade com a reposição de rendimentos e metas menos ambiciosas no excedente orçamental. O último relatório da Comissão Europeia sobre a Grécia já apontava para uma "travagem" na implementação das reformas acordadas. 


Recorde-se que a Grécia fez uma "saída limpa" do programa de ajustamento no verão do ano passado, apesar de continuar sob o escrutínio apertado das instituições credoras como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia.
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