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Credores terminam visita a Atenas um dia após anúncio de descida de impostos
As instituições credoras da Grécia concluíram hoje a sua terceira visita ao país no período pós-resgate sem se pronunciarem sobre as medidas sociais e de alívio fiscal anunciadas na terça-feira pelo Governo.
Fontes governamentais afirmaram que no último dia da deslocação, os representantes da Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo Europeu de Estabilidade e Fundo Monetário Internacional (FMI) foram informados sobre as medidas.
A missão de supervisão esteve centrada nas previsões orçamentais até 2022, período durante o qual a Grécia tem de obter anualmente um excedente primário de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Governo considera que vai ultrapassar essa meta e com a margem que resultará da superação dos objetivos, uma verba estimada em 5.500 milhões de euros, espera financiar nos próximos quatro anos uma série de medidas sociais e de alívio fiscal.
Numa conferência de imprensa que não tinha sido programada, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou na terça-feira uma descida imediata do IVA para a restauração e alimentação de 24% para 13% e da eletricidade e do gás de 13% para 6%.
Também vai ser reposto o pagamento do décimo terceiro mês aos reformados, abolido em 2012.
A situação económica vai ainda permitir à Grécia fazer um reembolso antecipado ao FMI de 3,6 mil milhões de euros para evitar os custos elevados dos juros com esse empréstimo, acrescentou.
Estas medidas foram anunciadas a poucas semanas das eleições europeias de 26 de maio, nas quais Tsipras pede "um voto de confiança".
A Grécia saiu oficialmente do último de três programas de assistência financeira internacional em agosto passado, permanecendo sob supervisão dos credores.
Em 2018, o país conseguiu um excedente orçamental de 4,4% e de 3,9% no ano anterior.