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Fecho dos mercados: Acordo EUA-México dá força às bolsas e ao dólar. Juros sobem, petróleo cai

Os investidores aplaudem o acordo alcançado entre os EUA e o México, que suspende as tarifas que seriam impostas sobre os produtos mexicanos. Com o maior apetite por produtos de risco, os juros da dívida agravaram-se.

Reuters
10 de Junho de 2019 às 17:20
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Os mercados em números
PSI-20 valoriza 0,6% para os 5.173,37 pontos
Stoxx 600 avança 0,21% para os 378,27 pontos
S&P 500 soma 1,03% para os 2.903,06 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 6 pontos base para 0,684%
Euro cede 0,19% para 1,1311 dólares
Petróleo negociado em Londres desvaloriza 0,68% para os 62,87 dólares por barril

Bolsas aplaudem acordo entre EUA e México
As bolsas mundiais registaram subidas generalizadas, depois de Donald Trump ter decidido suspender as tarifas alfandegárias que planeava impor, já a partir desta segunda-feira, sobre os produtos importados do México.

O acordo, anunciado este fim de semana, prevê que o México avance com "medidas sem precedentes" para travar os fluxos migratórios de centro-americanos que chegam aos Estados Unidos através da fronteira com o México. Em troca, os Estados Unidos suspendem as tarifas sobre as importações ao México, que afetariam todas as importações de produtos mexicanos, começando nos 5% e subindo a cada mês até atingir os 25% em outubro.

Apesar de, noutra frente, as negociações com a China permanecerem pouco ou nada inalteradas nos últimos dias, estes avanços nas disputas comerciais entre os Estados Unidos e os vários parceiros mundiais chegaram para animar os mercados acionistas de todo o mundo. O S&P 500, índice de referência de Wall Street, segue a negociar em alta pela quinta sessão consecutiva, impulsionado, sobretudo, pelas cotadas do setor de fabrico de chips e do setor automóvel.

Na Europa, o Stoxx 600 também fechou em alta, a valorizar 0,21% para os 378,27 pontos, o nível mais alto das últimas três semanas. O índice que reúne as 600 maiores cotadas europeias negoceia no verde há uma semana, um ciclo interrompido apenas por uma queda ligeira, na passada quinta-feira.

Por cá, o PSI-20 seguiu a tendência e subiu 0,6% para os 5.173,37 pontos. Foi a quinta subida consecutiva, naquele que é o maior ciclo de ganhos desde março. O principal índice acionista português foi impulsionado pelo BCP, que registou um ganho próximo de 2%.

Juros voltam às subidas
Com o aliviar das tensões comerciais, os investidores voltaram, esta segunda-feira, a apostar em ativos de maior risco. Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro, tidos como ativos de refúgio, voltaram assim a agravar-se nesta sessão, depois de vários dias consecutivos em que foram registando quedas, negociando mesmo em mínimos históricos, um movimento que foi motivado pelas conclusões da última reunião do conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE), que discutiram um possível regresso do programa de compra de dívida pública.

Foi o caso dos juros da dívida a dez anos de Portugal, que, na sexta-feira, atingiram o nível mais baixo de sempre. Já esta tarde agravaram-se em 6 pontos base para os 0,684%, mantendo-se, ainda assim, em níveis historicamente baixos.

A mesma tendência foi seguida nos restantes países da Zona Euro, com os juros da dívida alemã no mesmo prazo a subirem 3,8 pontos base para -0,219. Já os juros espanhóis sobem 5,1 pontos base para 0,604%.

Dólar sobe à boleia do acordo com o México
O acordo alcançado entre os Estados Unidos e o México também está a dar força à moeda norte-americana, que ganha terreno face às restantes moedas.

O índice da Bloomberg para o dólar, que compara a moeda norte-americana a um cabaz das principais moedas mundiais, valoriza 0,24%,

Já o euro perde, assim, terreno face ao dólar. A moeda única cede 0,19% para os 1,1311 dólares.

Previsões da Rússia penalizam petróleo
O petróleo arrancou a sessão desta segunda-feira a negociar em alta, impulsionado pelo anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dos seus aliados (onde se inclui a Rússia) de que irão trabalhar em soluções para prevenir uma queda dos preços, contribuindo para as expectativas dos investidores de que os cortes na produção da matéria-prima sejam prolongados. Também o recuo dos Estados Unidos na imposição de tarifas ao México chegou a fazer avançar os preços do petróleo.

Contudo, as declarações do ministro russo da Energia, Alexander Novak, vieram penalizar as cotações do petróleo. O governante afirmou que não se pode excluir o cenário em que a cotação do petróleo baixe para os 30 dólares por barril, se não for prolongado o acordo que limita a produção dos países exportadores de petróleo.

Neste cenário, o barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência para o mercado português, está a recuar 0,68% para os 62,87 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, oscila entre os ganhos e as perdas, seguindo agora a cair uns ligeiros 0,02% para os 53,98 dólares por barril.

Ouro interrompe ciclo de ganhos
À semelhança do que acontece com os juros das dívidas soberanas, também o ouro está a ser penalizado pelo aumento do apetite dos investidores por maior risco, na sequência do alívio das tensões comerciais.

O metal precioso, habitualmente um ativo de refúgio, interrompeu esta segunda-feira um ciclo de oito sessões consecutivas de ganhos, o mais prolongado desde março do ano passado. Está agora a desvalorizar 0,97% para os 1.328,04 dólares por onça.
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