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EDP acena com aumento de dividendo após compras em Espanha
A elétrica coloca como valor mínimo a entregar aos acionistas o dividendo atual, mas acusa perspetivas de crescimento,
A EDP anunciou a aquisição de ativos da espanhola Viesgo para depois, numa chamada telefónica com analistas, se apressar a esclarecer que não só o dividendo não vai baixar após a conclusão da operação, como deverá, pelo contrário, aumentar.
Os gestores da EDP e da EDP Renováveis, Miguel Stilwell d’Andrade e Rui Teixeira, prometeram aos analistas uma "remuneração acionista atrativa", com um limite mínimo (floor) de 19 cêntimos por ação, o que corresponde ao valor atualmente previsto. Contudo, na mesma apresentação, lê-se que a empresa contará com um "crescimento sustentável do EPS (lucros por ação)", o que permitirá "entregar um aumento do DPS (dividendo por ação)".
O valor do dividendo da EDP mantém-se inalterado há quatro anos consecutivos, após ter permanecido durante cinco anos nos 18,5 cêntimos por ação. Já em 2011, a elétrica entregava uma 17 cêntimos por cada título e, no início da década, ficava-se pelos 15,5 cêntimos.
A EDP anunciou hoje, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que chegou a acordo para comprar ativos da espanhola Viesgo, por 2 mil milhões de euros, e que para financiar a operação vai avançar com um aumento de capital de 1,02 mil milhões de euros, através da emissão de 309.143.297 novas ações, a 3,30 euros cada uma.
Neste sentido, o bolo a ser entregue pela EDP aos acionistas vai aumentar substancialmente. Caso o dividendo se mantenha nos 19 cêntimos, vão ser entregues uns adicionais 58,7 milhões de euros aos acionistas.