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China preocupada com bolha especulativa nos EUA e Europa e no setor imobiliário chinês

O regulador da banca e serviços financeiros na China diz estar "muito preocupado" com a bolha especulativa nos mercados financeiros na Europa e nos Estados Unidos, assim como no setor imobiliário interno. Pode "rebentar mais cedo ou mais tarde".

O presidente chinês, Xi Jinping, conseguiu controlar o vírus e retomar a atividade económica no final de fevereiro.
Noel Celis/Reuters
02 de Março de 2021 às 08:01
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O regulador da banca e serviços financeiros na China mostrou-se preocupado com a bolha especulativa que paira sobre os mercados financeiros na Europa e nos Estados Unidos e sobre o mercado imobiliário no seu país, levando as bolsas asiáticas para o "vermelho", durante a madrugada em Lisboa, e pressionando o início de sessão no "velho continente".

As bolhas nos mercados poderiam rebentar uma vez que os "rallies" a que temos assistido vão contra os fundamentais das respetivas economias e podemos estar perante uma correção "mais cedo ou mais tarde", diz Guo Shuqing, presidente da China Banking and Insurance Regulatory Commission (CBIRC) e secretário de estado do Banco Central.

Acrescenta que os reguladores estão atentos à entrada de capital estrangeiro na China, onde a economia continua a crescer, considerando que o volume e a velocidade da entrada de novo investimento continua controlável, por enquanto. 

Os sinais de saturação começaram a evidenciar-se na semana passada, nos Estados Unidos, principalmente no setor tecnológico - que tem sido um dos que mais beneficia com a atual pandemia - quando o Nasdaq Composite registou a sua maior queda diária dos últimos meses, ao recuar 3,5% na quinta-feira, assim como o Russell 2000 (-3,69%), índice de referência para as pequenas e médias empresas.

Na sua constituição existem 361 empresas cujas ações valem menos de 10 dólares, as chamadas "penny stocks", que têm sido também um dos alvos desta corrida desenfreada no último ano, principalmente por parte dos investidores amadores do retalho. Um desses investidores, que preferiu manter o anonimato, confessa ao Negócios, admitindo o exagero da expressão, que, atualmente, "qualquer má empresa, mesmo que pequena, é uma boa opção em bolsa".

Este pico de procura por ações de empresas dos EUA, qualquer que seja o seu setor, tamanho e fundamentais, gerou um sobreaquecimento do mercado. Antes da correção na semana passada, mais de 20% das cotadas do S&P 500 estavam a negociar acima dos 70 pontos, de acordo com o RSI – o índice que mede a força com que um ativo é comprado ou vendido, comparando com os 2% registados na última sessão do ano passado. Quando a marca supera os 70 pontos, por norma, significa que tem havido uma pressão de compra muito grande.

"Com níveis de liquidez incríveis nós vemos ativos especulativos a avançarem sem qualquer base fundamental", diz Robert Johnson, professor de finanças na Creighton University, Nebrasca, EUA, admitindo ao Negócios que "há uma série de ações que estão numa bolha".


Guo Shuqing diz ainda que as bolhas no setor imobiliário da China continuam relativamente grandes, com muitas pessoas a comprarem casas numa ótica de investimento ou com propósitos especulativos, o que é "muito perigoso", considera. 

Uma recuperação económica muito forte, em linha com um aumento no crédito e com o medo por parte dos investidores de ficarem de fora e de perderem uma boa oportunidade para ganharem muito dinheiro pode conduzir a um alargamento desta bolha no setor. 

No que toca ao setor das "fintech" - que está em crescimento exponencial na China - Guo afirma que as novas plataformas devem ter a mesma regulamentação e requisitos de capital do que o setor bancário tradicional. 

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