Notícia
CEO do PSI ganham 36 vezes mais do que os trabalhadores
Fosso entre CEO das empresas cotadas e trabalhadores agravou-se na última década. Remuneração média bruta anual dos CEO aumentou 47% desde 2012, enquanto o vencimento médio bruto anual dos trabalhadores recuou 0,7% no mesmo período. Maior disparidade está na Jerónimo Martins.
14 de Abril de 2023 às 08:54
O fosso salarial entre os CEO das empresas cotadas em bolsa e os trabalhadores quase duplicou em dez anos, avança esta sexta-feira o semanário Expresso. Em 2012, os líderes das empresas cotadas ganhavam, em média, 20 vezes mais do que os seus trabalhadores. No ano passado, a diferença subiu para 36 vezes mais.
Enquanto os salários dos CEO das cotadas aumentaram 47% na última década, o vencimento médio bruto anual dos trabalhadores recuou 0,7% no mesmo período, segundo uma análise feita pelo Expresso aos relatórios e contas de 14 das 15 empresas que atualmente integram o índice principal da bolsa portuguesa (PSI), à exceção da Semapa que não tornou público o relatório agregado de 2022.
Os dados recolhidos mostram que a remuneração média bruta anual dos CEO das empresas cotadas estava próxima de 1,4 milhões de euros. Já os trabalhadores destas empresas receberam, em média, 36.727 euros brutos anuais em 2022, o que corresponde a menos 246,2 euros face ao que recebiam há 10 anos.
Há mesmo casos em que o salário de 186 trabalhadores não chega para pagar o do seu CEO, como é o caso da Jerónimo Martins, liderada por Pedro Soares dos Santos. O gestor teve em 2022 um rendimento superior a 3,7 milhões de euros, que compara com a média de 16.042 euros brutos anuais que paga aos empregados do grupo.
Cláudia Azevedo, CEO da Sonae (dona do Continente), têm também uma remuneração bruta anual que supera em 82 vezes o vencimento médio dos seus trabalhadores. Com as maiores disparidades salariais, seguem-se Gonçalo Moura Martins, que liderou até dezembro de 2022 a Mota-Engil (49 vezes mais), e Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP e EDP Renováveis (42 vezes mais).
Em março, também a consultora Mercer fez um estudo onde concluiu que a remuneração total de um CEO é, em média, 1,5 vezes superior à dos restantes executivos e 10,9 vezes superior à média dos trabalhadores da sua empresa. Para isso, a consultora inquiriu 187 pessoas de 40 empresas a operar em Portugal, das quais 13 fazem parte do PSI.
Enquanto os salários dos CEO das cotadas aumentaram 47% na última década, o vencimento médio bruto anual dos trabalhadores recuou 0,7% no mesmo período, segundo uma análise feita pelo Expresso aos relatórios e contas de 14 das 15 empresas que atualmente integram o índice principal da bolsa portuguesa (PSI), à exceção da Semapa que não tornou público o relatório agregado de 2022.
Há mesmo casos em que o salário de 186 trabalhadores não chega para pagar o do seu CEO, como é o caso da Jerónimo Martins, liderada por Pedro Soares dos Santos. O gestor teve em 2022 um rendimento superior a 3,7 milhões de euros, que compara com a média de 16.042 euros brutos anuais que paga aos empregados do grupo.
Cláudia Azevedo, CEO da Sonae (dona do Continente), têm também uma remuneração bruta anual que supera em 82 vezes o vencimento médio dos seus trabalhadores. Com as maiores disparidades salariais, seguem-se Gonçalo Moura Martins, que liderou até dezembro de 2022 a Mota-Engil (49 vezes mais), e Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP e EDP Renováveis (42 vezes mais).
Em março, também a consultora Mercer fez um estudo onde concluiu que a remuneração total de um CEO é, em média, 1,5 vezes superior à dos restantes executivos e 10,9 vezes superior à média dos trabalhadores da sua empresa. Para isso, a consultora inquiriu 187 pessoas de 40 empresas a operar em Portugal, das quais 13 fazem parte do PSI.