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CEO da Euronext diz não haver necessidade de encerrar mercados por causa do vírus

O líder da operadora de mercados, Stephane Boujnah, disse que o fecho dos mercados na Europa não está em cima da mesa, nem fará sentido encerrar devido ao SARS-CoV-2.

Sérgio Lemos
18 de Março de 2020 às 11:36
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O presidente da Euronext NV, Stephane Boujnah, considera não haver necessidade para se encerrarem os mercados durante este período de crise de saúde pública, uma vez que estavam a funcionar de forma eficiente e a garantir liquidez, segundo disse o líder da operadora de mercados onde está incluída a praça portuguesa, numa entrevista à Bloomberg Television.

"Não há razão nenhuma para se encerrarem os mercados. É extremamente importante garantir uma casa para a liquidez e para a formação de preços", frisou, garantindo que "não estamos a ter problemas operacionais" e que grande parte dos trabalhadores da empresas estão a operar a partir de casa sem qualquer problema, seguindo os conselhos das organizações de saúde. 

Boujnah disse ainda que "ninguém está a ponderar fechar a eletricidade, telefones, a internet ou os multibancos, porque é que deveríamos encerrar a liquidez e os preços". Como soluções, o líder da Euronext diz que os "circuit breakers" e a proibição temporária das vendas a descoberto são "pequenos ajustamentos importantes para permitir um bom funcionamento dos mercados". 

Para evitar que as quedas se agravem, os reguladores dos mercados em vários países europeus, como Itália, Espanha, França ou Bélgica impuseram restrições à venda de posições a descoberto nas cotadas locais ("short selling").

Outro instrumento usado pelos mercados, em muitos índices acionados de forma automática, como em Wall Street, é a suspensão temporária, ou os chamados "circuit breakers". Este ano foram acionados pela primeira vez a 9 de março, quando os três principais índices apresentaram quedas superiores a 7%, sendo este o primeiro nível de "circuit breaker". Existem mais dois: o segundo nível quando a desvalorização é superior a 13% e um terceiro nível quando a queda excede os 20%. Nestes casos o período de suspensão é mais longo.

cenário de uma suspensão tem também ecoado nas bolsas de Nova Iorque (NYSE), mas também a sua presidente, Stacey Cunningham, afasta esse cenário: "É importante que os mercados permaneçam abertos e funcionem de forma ordenada", escreveu a líder da bolsa nova-iorquina nas suas redes sociais.

As Filipinas foram o primeiro país, e até ver único, a ordenar o encerramento por três dias dos seus mercados acionistas, cambiais e obrigacionistas, devido ao rumo que a cotação dos ativos estava a levar e por uma questão de proteção dos seus trabalhadores. 

Nas últimas semanas, os mercados em todo o mundo conheceram quedas robustas, apenas comparáveis a momentos de crise anteriores, como o "crash" da bolsa de Nova Iorque, em 1987, ou a crise financeira de 2008. O coronavírus tirou quase 20 biliões de dólares ao MSCI All-Country World Index, o índice global de ações, nas últimas quatro semanas.

A suspensão de um índice acontece de forma muito esporádica. Neste século, aconteceu por duas vezes com a NYSE: a última em 2012, devido à "Superstorm Sandy" e a primeira após a queda das torres gémeas, em setembro de 2001.

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