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Bolsas europeias fecham animadas com declarações de Mario Draghi
As principais praças europeias regressaram ao verde depois de o presidente do BCE ter referido que está pronto para recorrer a instrumentos não convencionais caso a taxa de inflação não suba.
A Europa ao ritmo de Mario Draghi. As garantias de acção do presidente do Banco Central Europeu (BCE), anunciadas após a reunião do Conselho de governadores desta quinta-feira, 8 de Maio, motivaram a subida das bolsas europeias pela primeira vez em cinco dias.
O índice Stoxx 600, que reúne as 600 maiores cotadas da Europa, subiu 1,05% para 339,56 pontos. O índice português, PSI-20, foi o título com menor valorização na Europa: 0,18% para 7.438,79 pontos.
Mario Draghi garantiu que o BCE está “pronto para intervir” caso a taxa de inflação na Zona Euro continue abaixo dos 2%, patamar de referência. A taxa anual de inflação homóloga em Abril, segundo o Eurostat, foi de 0,7%.
A intervenção poderá mesmo passar pelo recurso a instrumentos de política monetária não convencionais, como por exemplo a compra de dívida no mercado (“quantitive easing”), referiu o responsável pelo BCE aos jornalistas.
Os analistas esperam que as medidas sejam anunciadas depois da reunião ordinária de Junho. Para o especialista da KBC Asset Management, Dirk Thiels, o BCE “vai ter de actuar em determinado momento, nem que seja de modo meramente simbólico, como a descida da taxa de juro dos depósitos para um nível negativo”.
A taxa de juro directora manteve-se em 0,25%, enquanto a taxa de juro de referência para os depósitos também ficou em 0%.
Revista em baixa previsão de lucros nas empresas do Stoxx 600
Os analistas consultados pela Bloomberg reviram em baixa a percentagem de lucros das 600 cotadas no índice Stoxx 600. Os economistas consultados pela Bloomberg prevêem um aumento médio dos lucros das cotadas de 8,3%, o que compara com a estimativa média de 14% avançada em Janeiro.
O dia ficou marcado pela continuação de apresentação de resultados relativos ao primeiro trimestre de 2014.
Na Alemanha, a Deutsche Telekom triplicou os lucros para 1,82 mil milhões de euros. Um valor para o qual contribuiu a venda de 70% do capital do grupo Scout24. Os títulos da operadora alemã valorizaram 0,24% para 12,49 euros. O índice alemão (DAX) subiu 0,90% para 9.607,40 pontos.
Em Espanha, a Repsol valorizou 2,17% para 19,80 euros. A petrolífera do país vizinho subiu os lucros em 27,3% face ao período homólogo de 2013. A venda da unidade de gás natural à Shell ajudou a aumentar os ganhos.
O índice espanhol (IBEX 35) subiu 1,70% para 10.591,20 pontos. Ainda em Espanha, o grupo Dia anunciou uma quebra nos lucros de 33,8% nos primeiros três meses de 2014. A empresa espanhola pretende vender a operação em França. Os títulos da cadeia de supermercados valorizaram 1,92% para 6,564 euros.
Em França, soube-se hoje que a Toshiba está interessada em comprar a unidade de distribuição eléctrica da Alstom. Mas tem como condição apresentar uma proposta apenas se a General Electric adquirir a gestão energética dos franceses. As acções da Alstom desvalorizaram 0,33% para 28,825 euros. O índice gaulês (CAC 40) valorizou 1,37% para 4.507,24 pontos.
O Barclays anunciou esta quinta-feira, 8 de Maio, que vai cortar 7 mil postos de trabalho na unidade de banca de investimento e criar um banco de activos tóxicos, no valor de 400 milhões de libras. Esta alteração, de acordo com o presidente da instituição, Antony Jenkins (na foto), vai representar um esforço para criar um banco “mais simples, forte e equilibrado”. Os títulos da instituição britânica dispararam 7,87% para 262,45 pence. O índice inglês (FTSE) subiu 0,63% para 6.839,25 pontos.
Nas restantes bolsas europeias, o índice holandês (AEX) subiu 1,10% para 402,98 pontos e a praça italiana (MIB) registou a maior valorização da Europa ao somar 2,30% para 21.729,64 pontos.