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"Acho um pouco insólito o Banco de Portugal prever défice de 0,1%"
Luís Montenegro volta a criticar o alerta de Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, sobre o regresso das contas públicas a défice. O primeiro-ministro diz que "no final do próximo ano podemos tirar as teimas".
Luís Montenegro está confiante na boa execução orçamental, mantendo a previsão de um excedente em 2025 mesmo depois dos alertas deixados por Mário Centeno, governador do Banco de Portugal para o regresso a défice. Em entrevista ao Diário de Notícias, o primeiro-ministro diz que irá "tirar as teimas" no final do próximo ano.
"Eu anotei a observação o governador do Banco de Portugal, mas devo dizer que ela é absolutamente em contramão contra todas as outras opiniões. Não só do governo, do governo, de instituições nacionais e internacionais", afirmou Montenegro.
O Banco de Portugal aponta para um défice de 0,1% do PIB já em 2025 e uma forte deterioração nos anos seguintes. O primeiro-ministro diz considerar "um pouco insólito prever défice de 0,1%. Se tivéssemos com problema de deficit de 0,1%, qualquer governo resolve isso em dois tempos. Nem sequer é problema, honestamente".
A previsão de Centeno mereceu críticas de vários quadrantes. O governador mantém a estimativa, mas já veio dizer que este cenário "não é uma fatalidade" e que o Governo poderá chegar a resultados melhores em função da execução orçamental.
Montenegro diz que "no final do próximo ano, quando conversarmos eventualmente, podemos tirar as teimas entre a posição do governo e a do governador do Banco de Portugal".