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Bolsas festejam medidas do Banco do Japão, iene cai mais de 1%

A divisa nipónica vive a pior sessão face ao euro em quase dois meses. A bolsa japonesa subiu 2,80% e as praças europeias avançam mais de 1% com a banca espanhola e italiana em destaque.

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Inside the BOJ's Negative-Rate Strategy
29 de Janeiro de 2016 às 09:54
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A decisão inesperada do Banco do Japão de adoptar uma política de juros negativos foi bem recebida pelas bolsas e permitiu a maior queda do iene em quase dois meses face ao euro. As acções europeias abriram a sessão em alta, com o Stoxx 600 a avançar 1,71%.

Os ganhos das praças europeias surgem depois de a bolsa de Tóquio ter encerrado com uma valorização de 2,80%, com as cotadas do sector imobiliário e as exportadoras a terem os melhores desempenhos. Construtoras automóveis como a Mazda e a Nissan, por exemplo, ganharam mais de 7%, impulsionadas pelas medidas do Banco do Japão que colocam pressão sobre o iene.

A decisão de Haruhiko Kuroda, de cortar a taxa que cobra aos bancos que depositem fundos junto do banco central para -0,1%, também está a beneficiar as acções europeias, particularmente o sector financeiro. O índice que reúne os bancos mais representativos do Velho Continente sobe 1,96%, com a banca italiana e espanhola em destaque. O espanhol Banco Popular dispara mais de 8%. Já o italiano Banco Popolare ganha mais de 7%.

Após Mario Draghi ter admitido, na semana passada, mais estímulos para a economia, a decisão de Kuroda reforçou a ideia de que o BCE também terá de dar uma resposta forte. "A decisão surpreendente de taxas negativas aumenta a especulação sobre o BCE", consideraram os analistas do Commerzbank numa nota a investidores a que o Negócios teve acesso.

Iene desce, mas menos que em casos anteriores

No mercado cambial, o iene perde 1,30% face ao euro, a maior queda desde o início de Dezembro do ano passado. Apesar da desvalorização, a dimensão da descida é inferior ao de ocasiões anteriores em que o Banco do Japão anunciou medidas não-convencionais para estimular a economia.

Em relação ao dólar norte-americano, a divisa nipónica cede 1,71%, esta sexta-feira. No entanto, a 4 de Abril de 2013, quando o Banco do Japão anunciou o programa de compra alargada de activos, o iene perdeu mais de 3% face à nota verde. A 31 de Outubro de 2014, o iene cedeu cerca de 2,8% em relação ao dólar, após Kuroda ter anunciado o aumento do ritmo de compras.

O menor impacto no iene da decisão anunciada esta sexta-feira pode ser um reflexo de alguma preocupação do mercado sobre as munições que o Banco do Japão ainda tem à sua disposição. "O mercado irá questionar por que razão o banco central não aumentou as compras de activos", referiu, citado pela Bloomberg, um dos responsáveis pela estratégia do Royal Bank of Scotland, Mansoor Mohi-uddin. E questiona: "Estará [o Banco do Japão] a ficar sem activos para comprar?"

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