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Juros de Portugal descem, taxas alemãs e francesas renovam mínimos

A decisão surpreendente do Banco do Japão e os dados da inflação na Zona Euro reforçaram a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) terá de anunciar mais estímulos. O que está a levar à queda das taxas das obrigações europeias.

29 de Janeiro de 2016 às 12:47
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O Banco do Japão voltou a surpreender o mercado e juntou-se ao "clube" dos bancos centrais com taxas de depósito negativas. A entidade liderada por Haruhiko Kuroda realçou ainda que pode tomar mais medidas para levar a que a inflação suba o mais rapidamente possível. E a expectativa de que esta decisão coloque mais pressão para o BCE actuar, reforçada pelos dados fracos da inflação na Zona Euro divulgados esta sexta-feira, está a ter impacto nas obrigações soberanas europeias.

As taxas das obrigações portuguesas a dez anos descem, esta sexta-feira, 12 pontos base para 2,854%. Isto depois de já terem transaccionado acima de 3% no início da semana e de um início de ano marcado por avisos de agências de "rating" e bancos de investimento. No final de 2015, a taxa era de 2,516%.

A tendência de queda das taxas, na sessão desta sexta-feira, é generalizada. Em Espanha, na maturidade a dez anos, a taxa exigida pelos investidores cai mais de dez pontos base para 1,516% e, em Itália, os juros implícitos descem 8,5 pontos base para 1,429%.

Já as taxas das obrigações alemãs e francesas renovaram mínimos. No caso dos títulos germânicos a dez anos, os juros implícitos baixam de 0,404% para 0,337%. Nas obrigações gaulesas, a taxa desce de 0,734% para 0,65%.

Dados da inflação reforçam mensagem de Draghi

Os mercados ficaram surpreendidos com a nova medida e com a retórica forte do Banco do Japão, que tem como objectivo levar a uma recuperação da inflação. O BCE enfrenta um problema semelhante e a decisão do Banco do Japão leva os analistas a esperar que a entidade liderada por Mario Draghi tenha também de reforçar os estímulos. "A decisão surpreendente de taxas negativas aumenta a especulação sobre o BCE", consideraram os analistas do Commerzbank.

Além da medida do Banco do Japão, os dados da inflação da Zona Euro, divulgados esta sexta-feira, aumentam também a pressão para o BCE agir. A estimativa da taxa de inflação até acelerou para 0,4%, mas os economistas realçam que essa recuperação será transitória.

"Mais que representar um início convincente de uma tendência de subida, a nossa perspectiva é que estes resultados sejam transitórios", referem os analistas do RBC Capital Markets. E consideram que reforçam as indicações dadas por Mario Draghi na semana passada, quando o presidente do BCE admitiu mais estímulos na Zona Euro. Já os analistas do Commerzbank antecipam que os dados obrigarão o BCE a cortar as projecções para a inflação em Março, o que abre a porta a mais medidas de estímulo à economia da Zona Euro. 

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