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“Bolsa de Lisboa assemelha-se a mercados emergentes”

A bolsa de Lisboa é um mercado emergente dentro da Europa, explica o presidente e accionista da SGF. Ao contrário dos mercados mais desenvolvidos da Zona Euro, não deverá beneficiar muito da saída de capital dos mercados emergentes.

02 de Maio de 2007 às 06:40
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A bolsa de Lisboa é um mercado emergente dentro da Europa, explica o presidente e accionista da SGF. Ao contrário dos mercados mais desenvolvidos da Zona Euro, não deverá beneficiar muito da saída de capital dos mercados emergentes.

As bolsas europeias podem beneficiar da instabilidade e volatilidade nos mercados emergentes?

Nesta altura, o que acontece é que os níveis elevados que as bolsas mundiais atingiram levam a uma "flight to quality" (fuga de capital para activos de qualidade e menos risco). Como a Europa tem uma moeda forte e pouco risco cambial e o crescimento económico deve ser superior ao dos EUA, é um mercado interessante. Como há excesso de liquidez, a Europa beneficia ainda da rotação de capitais.

Mas o que leva à "fuga" dos mercados emergentes?

Alguns mercados emergentes serão penalizados por estarem caros. É natural que as pessoas realizem mais- valias e se refugiem em activos mais seguros. Mas, no geral, os mercados estão muito sensíveis às noticias que o possam abalar, já que atingiram níveis muito elevados, apesar de ainda estarem longe da bolha de 2000.

A Bolsa de Lisboa pode, à semelhança das restantes praças europeias, beneficiar dessa rotação de capitais?

Não estou a ver que a bolsa de Lisboa se enquadre na lógica do "flight to quality". De certa maneira, a praça nacional tem o defeito dos mercados emergentes. Valorizou demasiado para o crescimento económico registado. Em termos de cotações, assemelha-se mais aos mercados emergentes que à Europa. Além de que a Bolsa de Lisboa valorizou em muito devido a razões que já acabaram (OPA).

Mas praticamente as OPA já terminaram e o PSI-20 continua a subir... O que poderá levar a uma correcção em Lisboa?

Quando houver um factor internacional a suscitar uma grande correcção dos mercados mundiais e europeias, a bolsa de Lisboa deverá cair ainda mais, pois está mais sensível.

Quais são os activos mais seguros nesta altura?

A procura dos investidores vai recair sobre títulos muito defensivos. Empresas com baixos níveis de relação entre a cotação e as receitas por acção (PER), que paguem dividendos e que sejam pouco cíclicas. Aqui integram-se as concessionárias de auto-estradas, as "utilities" e grupos na área de infra-estruturas.

E os mercados emergentes? São mesmo a evitar?

No outro dia assisti a uma apresentação de uns gestores que diziam que as oportunidades estavam no imobiliário na China e nas infra-estruturas em toda a Ásia. Parece que ainda são atractivos.

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