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BCE: Stress sobre Portugal aumentou com incerteza na banca
O BCE alerta para o abrandamento das reformas e para os maiores riscos político na Zona Euro. Para Portugal destaca que a incerteza sobre o sector bancário está a penalizar o soberano.
O BCE observou que o nível de stress para os soberanos na Zona Euro "permaneceu perto de níveis semelhantes aos do início da crise financeira de 2008". Isto numa altura que que Frankfurt tem em funcionamento um programa de compra de dívida soberana. Mas a entidade liderada por Mario Draghi constata que persistem tendências divergentes entre os vários países.
"O stress sobre os soberanos aumentou na Grécia e em Portugal", referindo factores específicos destes dois países. Para Portugal, o BCE associa a maior pressão sobre as obrigações soberanas com "a incerteza sobre o sector bancário". No caso grego, a entidade liderada por Mario Draghi realça, no Relatório de Estabilidade Financeira divulgado esta terça-feira, a incerteza sobre a implementação do programa e a crise dos refugiados.
Estes factores específicos foram agravados, na perspectiva do BCE, "pelas ramificações adversas da reavaliação das acções dos bancos europeus no início do ano".
BCE alerta para desaceleração das reformas e para riscos políticos
A entidade liderada por Mario Draghi avisa que os maiores riscos políticos e o abrandamento das reformas podem vir a ameaçar a sustentabilidade das contas públicas dos países mais vulneráveis da Zona Euro. E indica que o menor stress nos mercados de dívida de soberana aparenta ter "diminuído os esforços com as reformas".
"Em geral, os esforços para as reformas estruturais perderam impulso na Zona Euro nos anos mais recentes", defende o BCE. "Apesar das reformas estruturais aprofundadas trazerem benefícios de curto prazo ao aumentar o potencial de crescimento sem colocar em risco a solvência, os riscos políticos – que aumentaram para quase todos os países da Zona Euro desde o início da crise financeira global – aparentam estar a aumentar a interferência com a implementação de reformas".
O BCE considera que o "aumento do apoio a partidos políticos populistas que são vistos como menos orientados para as reformas, pode potencialmente levar ao atraso de reformas orçamentais e estruturais que são muito necessárias". E alerta que isso "pode causar pressões renovadas nos soberanos mais vulneráveis".