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Banco CTT lidera reclamações ao Banco de Portugal
Nas três principais categorias avaliadas no relatório do Banco de Portugal, apenas no crédito à habitação o primeiro lugar é ocupado por outra instituição: o Banco BIC. Isto porque o Banco CTT não exerceu actividade neste segmento durante todo o ano.
O Banco CTT passou a ocupar um lugar que tradicionalmente cabia aos bancos estrangeiros a operar em Portugal. A instituição financeira foi a mais reclamada em 2017 pelos consumidores, revela o Relatório de Supervisão Comportamental, divulgado pelo Banco de Portugal, esta segunda-feira.
O número de reclamações apresentadas ao Banco de Portugal voltou a aumentar, no ano passado. Foram registadas 15.282 reclamações, o que representa um crescimento de 8,1% face ao ano anterior. Os três segmentos mais reclamados voltaram a ser as contas e as operações de crédito ao consumo e à habitação.
No caso das contas de depósito, o Banco CTT foi a instituição mais reclamada, registando 1,91 reclamações por cada 1.000 contas de depósito à ordem. Seguiram-se o Banco do Brasil (1,35 reclamações por cada 1.000 contas) e o Deutsche Bank (1,26 reclamações por cada 1.000 conta). A média do sistema foi de 0,27 queixas por cada 1.000 contas.
Quanto ao crédito aos consumidores, o primeiro lugar voltou a ser ocupado pelo Banco CTT. E, neste caso, a diferença face ao segundo lugar foi significativa. A instituição recebeu 6,85 reclamações por cada 1.000 contratos de financiamento. Seguiram-se o FCE Bank (1,56 reclamações por cada mil contratos) e o Deutsche Bank (1,52 reclamações por cada mil contratos). Resultados que ficaram muito acima da média: 0,29 reclamações por cada 1.000 contratos.
Relativamente ao crédito à habitação, o pior resultado foi obtido pelo Banco BIC que obteve 2,27 reclamações por cada 1.000 contratos. Seguiram-se o Banco Popular (1,74 reclamações por cada 1.000 contratos) e o Santander Totta (1,57 reclamações por cada 1.000 contratos). Resultados que ficaram bem acima da média: 0,91 reclamações por cada 1.000 financiamentos.
Neste segmento, o Banco de Portugal alerta que não foram incluídas "as instituições de crédito que, mesmo tendo em média mais do que uma reclamação por trimestre, não tiveram actividade na área do crédito hipotecário ao longo de todo o ano, como é o caso do Banco CTT".
Em 62% das reclamações encerradas, no ano passado, não se observaram indícios de infracção por parte da instituição de crédito e, em 38% dos casos, verificou-se a resolução da situação reclamada pela instituição de crédito por sua iniciativa ou na sequência da actuação do Banco de Portugal.
O prazo médio de encerramento das reclamações foi de 39 dias, mantendo-se relativamente estável face a 2016 (38 dias). O prazo médio de encerramento das reclamações apresentadas directamente ao Banco de Portugal foi de 53 dias (54 dias em 2016), enquanto no caso das reclamações apresentadas através do livro de reclamações foi de 24 dias (23 dias em 2016).