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Banca afunda com receio de novo imposto sobre o sector
O BCP perdeu mais de 8% e o BPI quase 7% no dia em que foi conhecido que o Governo de António Costa está a avaliar um aumento de impostos sobre o sector bancário para aumentar as receitas fiscais.
As acções da banca registaram esta quarta-feira a maior queda desde 20 de Janeiro. O BCP fechou a sessão a perder 8,33% para 3,41 cêntimos, enquanto o BPI encerrou o dia a cair 6,93% para 91,3 cêntimos. O banco liderado por Fernando Ulrich chegou a desvalorizar 7,95% durante a sessão.
A pressionar as acções da banca estiveram as notícias em torno dos novos impostos sobre o sector. O Governo, que está a preparar as últimas medidas para fechar o Orçamento do Estado para 2016 até ao final da semana, está a avaliar duas medidas para aplicar ao sector financeiro, de modo a conseguir alcançar a receita extraordinária exigida por Bruxelas.
Em cima da mesa está um agravamento da taxa de contribuição do sector bancário e o alargamento da aplicação da mesma taxa a todos os bancos. A taxa paga pelos bancos para o Fundo de Resolução deverá passar de 0,085% para 0,1%. Esta alteração deverá gerar uma receita avaliada entre 60 a 70 milhões de euros.
No caso da segunda medida, o objectivo é alargar a base de incidência da taxa a todos os bancos em Portugal, mesmo os que não têm sede, como são os casos, por exemplo, do Deutsche Bank e do Bankinter (que ficou com o Barclays). Esta mudança gera menos receita do que a primeira, apenas 10 milhões de euros.
Os analistas do Haitong defendem que o aumento dos impostos – que se estende a outros sectores – "é potencialmente negativo para os sectores envolvidos". O banco de investimento refere ainda que o Governo pode implementar impostos semelhantes noutros sectores para aumentar as receitas.
As fortes quedas da banca penalizaram a bolsa portuguesa. O índice PSI-20 fechou a perder 1,17%.