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"Baleia de Londres" diz que foi um "bode expiatório" nas perdas do JPMorgan

Bruno Iksil, apelidado de "baleia de Londres", diz que não é responsável pelas perdas de seis mil milhões de dólares do JP Morgan em 2012 relacionadas com apostas de risco no mercado de crédito. Apenas cumpria ordens superiores, revela numa carta.

Bloomberg
23 de Fevereiro de 2016 às 19:30
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A "baleia de Londres" quebrou o silêncio. Numa carta, o ex-operador do JPMorgan defende-se da responsabilidade dos prejuízos de 6,2 mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros) registados pelo banco de investimento em 2012. Bruno Iksil, que se opõe à alcunha que lhe foi atribuída, defende que apenas cumpriu ordens dos superiores para executar uma estratégia de investimento.


"A comunicação pública em torno dos prejuízos do departamento de investimento do JPMorgan refere-se tipicamente à ‘baleia de Londres’ em termos que sugerem que uma única pessoa era responsável por esta negociação", diz Iksil, quebrando um silêncio de quatro anos. 


Mas, "as perdas sofridas pelo departamento de investimento não foram resultado das acções de uma pessoa agindo de forma não-autorizada", defende na carta, citada pela Bloomberg. "O meu trabalho era executar uma estratégia de negociação que tinha sido desenvolvida, aprovada, mandatada e monitorizada pela direcção" do departamento, realça na carta.

Em 2012, o JPMorgan foi acusado de usar técnicas de manipulação no mercado de derivados e realizar avaliações fraudulentas de posições arriscadas no mercado de crédito, num esquema que tinha como objectivo que fossem encobertas perdas elevadas. Um "trader" francês, Bruno Iksil, destacou-se na história pelo tamanho do portefólio de apostas arriscadas que geria e que lhe valeram a alcunha de "baleia de Londres".

Estas apostas nos mercados de crédito provocaram perdas superiores a seis mil milhões de dólares. Mas, para o banco o impacto foi ainda mais mais expressivo. Além das perdas, o JPMorgan foi multado em mais de 900 milhões de dólares pelos reguladores, incluindo da Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos e da Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido.

Destacado sem razão

Iksil não foi acusado pelo departamento de Justiça norte-americano, ao contrário de outros colegas, tendo concordado em colaborar com a investigação em curso. Mas, "sem nenhuma razão fui destacado pelos media" como responsável pela estratégia de negociação, diz Iksil na carta revelada esta segunda-feira, 22 de Fevereiro.

"Em 2016 o nome ‘Bruno Iksil’ ainda é associado ao apelido ‘baleia de Londres’ ainda que não tenha sido uma alcunha que eu tenha criado e que eu não seja responsável pelas perdas que resultaram da estratégia de investimento direccionada pela gestão do departamento", refere a carta.

"Agi sempre de boa-fé nos mercados e relativamente ao meu empregador", tendo alertado os superiores para o risco da estratégia, que insistiram repetidamente na sua continuação, alega o "trader" francês.
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