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"A crise do crédito chegou ao fim"

Bill Miller, gestor de três fundos da Legg Mason Investment Management, acredita que a operação de salvamento da Bear Stearns, há duas semanas, marca o final da crise do crédito.

02 de Abril de 2008 às 14:40
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Bill Miller, gestor de três fundos da Legg Mason Investment Management, acredita que a operação de salvamento da Bear Stearns, há duas semanas, marca o final da crise do crédito.

Em entrevista à "Citywire", este responsável afirma que, ao ter conhecimento da ajuda à Bear, fez um investimento pessoal nos seus próprios fundos, coisa que, admite, raramente faz. Na sua opinião, a abertura da Fed a facilidades de desconto a bancos de investimento permitiu uma maior confiança e foi isso que levou à recuperação dos títulos financeiros nos mercados bolsistas.

Miller e a sua co-gestora Mary Chris Gay atribuem actualmente a recomendação ‘overweight’ aos serviços financeiros, à tecnologia e aos produtos de consumo corrente. No sector financeiro, Miller destaca os títulos da construção residencial como uma área em que está a apostar. "Apesar de esse segmento atrair notícias negativas por parte da imprensa, estou convicto de que estes títulos estão a começar a ter um desempenho melhor", explica à "Citywire".

Bill Miller aumentou também a exposição do seu fundo aos títulos das entidades financeiras que apresentam balanços de menor risco e que não estão expostos a produtos estruturados, como o US Bank Corporation e o Capital One. Além disso, afirma que bancos de investimento como a Merrill Lynch e a Lehman Brothers poderão ser as próximas apostas a ter em vista.

Este gestor prevê uma consolidação adicional do sistema financeiro e diz que poderemos assistir a alterações potenciais nos requisitos de capital da banca de investimento. Segundo ele, poderemos em breve ver entidades como a Merrill Lynch e a Lehman Brothers a fazerem parcerias com outros bancos, como o HSBC e Wachovia, antes do próximo ciclo do crédito terminar.

"O actual sistema está a ser penalizado por uma sobrecapacidade e o resultado, pelo que prevejo, poderá ser uma mudança nas estruturas dos bancos comerciais e de investimento", salienta aquele responsável.

Miller, que é também "chairman" da Legg Mason Capital Management, mantém-se optimista em relação ao sector dos cuidados de saúde, especialmente da assistência médica administrada.

Apesar de admitir que o trimestre passado foi o pior que já viveu em termos de "performance" do seu fundo Value Trust face ao mercado, Miller prevê uma viragem nesse desempenho. Uma das suas projecções aponta, muito particularmente, para a recuperação das bolsas americanas, o que aumentará a valorização daquele seu fundo. "Se tivermos um bom mercado, e acredito que é o que vai acontecer, é possível conseguir um desempenho extraordinário", afirma à "Citywire".

Miller considera que o actual ambiente de mercado não é favorável a investidores de impulso e acredita que estar perante um "ponto de viragem" em termos de avaliação de estratégias. O seu fundo Value Trust detinha uma forte posição na Bear Stearns, mas Miller sublinha que a sua carteira foi mais duramente afectada por outros títulos.

Recorde-se que, na sessão de ontem, as bolsas europeias e norte-americanas registaram fortes valorizações, o que fez com que muitos analistas começassem a afirmar que o pior desta crise – considerada a mais forte dos últimos 30 anos – já terá passado.

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